Quem esteve na Central de Flagrantes da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (27), na rua Duque de Caxias, no Centro de Ribeirão Preto, se surpreendeu com a presença de um cachorro da raça Cocker, com aproximadamente 6 anos, na sala de registro de ocorrências.
O Beethoven, ou Pooh, é alvo de disputa entre uma professora de 35 anos e uma auxiliar de produção de 33 – as duas moram no Parque Ribeirão, na zona Oeste. Elas alegam ser a tutora do animal e pretendem levar a disputa às últimas consequências.
A professora Laodiceia Martins, que ficou com o cachorro, pelo menos por enquanto, diz ter o animal há 6 anos, mas que há cinco meses não tinha notícias do paradeiro dele.
“O Beethoven é do meu filho [Davi Martins, de 16 anos]. Ele fugiu há cinco meses. Nós procuramos, mas não conseguimos encontrá-lo mais”, disse a professora.
Segundo Laodiceia, o reencontro aconteceu apenas na manhã desta sexta.
“Eu estava indo trabalhar. Quando passei pela avenida Cásper Líbero, encontrei uma mulher caminhando com o Beethoven”, disse a professora.
Foi nesse momento que se iniciou uma discussão, que só terminou na delegacia. “Mostrei as fotos postadas nas redes sociais e com a documentação que comprova que o ‘Pooh’ [como o cão era chamado pela outra mulher] vive com a nossa família”, declarou a mulher.
Ganhou de um amigo
Ao contrário do que diz Laodiceia, a auxiliar de produção Barbara Kate Fonseca garante que o Cocker se chama Pooh, o mesmo nome do ursinho do desenho.
“Ganhei ele de um amigo que trabalhou comigo há dois anos. Há uns meses ele fugiu e ficou 4 ou 5 dias desaparecido, mas nós reencontramos ele depois. Acho que foi nesse período que a mulher pegou ele”, explicou ela.
Segundo a auxiliar de produção, os dois filhos dela – Davi, de 12 anos, e Yuri de 8 – estão desesperados com a ausência do cachorro.
“Eu expliquei o que está acontecendo, mas eles choraram bastante”, disse.
Barbara garante que assim que a pessoa que lhe deu o Pooh retornar de viagem, vai voltar à delegacia e provar que o cachorro é da família dela.
“Vou apresentar a documentação, que acabou ficando com ele”, garantiu a auxiliar de produção.
ONG dá dicas para evitar problemas
Segundo a presidente da ONG Cãopaixão, Ana Claudia Garcia Vicente, a família que ficar sem o Pooh (ou Beethoven) pode adotar outro cachorro. “Nós temos no nosso site [caopaixao.org.br] uma lista de animais disponíveis para adoção”, explicou Ana Cláudia. “Promovemos entre 12 e 16 adoções todos os meses”, acrescentou.
Ela ressalta a importância de sempre deixar os animais com coleira, para evitar que casos como esse se repitam.
“Primeiro, temos que tomar todo o cuidado para evitar as fugas. Mas a simples providência de colocar na coleira um telefone para casos de fuga pode evitar problemas mais sérios”, disse a presidente.
Segundo Ana Cláudia, não existe uma legislação específica para determinar quem é o tutor dos animais. “A polícia tem que colher provas, como fotos antigas e postagens na internet para descobrir o tutor”, avaliou.
Cão Paixão
A ONG foi criada para unir protetores em ações no combate aos maus-tratos contra animais, em outubro de 2009. A Cãopaixão também oferece serviços virtuais. No site da ONG é possível anunciar animais perdidos, além de ver cães e gatos para a adoção.
Com informações de A Cidade.