Por Giovanna Chinellato (da Redação)
O diretor de The Cove – documentário que venceu o Oscar sobre o massacre de golfinhos japoneses – voltou ao Japão para protestar contra a matança mas teve que cancelar a ida à vila de Taiji devido a ameaças de grupos conservadores, segundo informações do jornal Hunffington Post.
Em vez disso, Ric O´Barry recebeu amantes dos animais em um evento realizado ontem (1) num hotel de Tókio.
Hoje, ele levará uma petição assinada por 1,7 milhões de pessoas de 155 nações pedindo o fim da matança de golfinhos à embaixada americana em Tóquio, escoltado pela polícia.
Em seus 70 anos de idade, ele planejava entregar a petição para o Minstério Japonês de Pesca. Mas isso também foi cancelado por alerta da polícia.
“Eu queria que todas essas pessoas pudessem estar em Taiji (a vila costeira retratada em The Cove)”, disse O´Barry. “É perigoso demais. Os verdadeiros perdedores são os moradores de Taiji”.
Taiji, que tem uma população de 3.500 pessoas, defende o massacre de golfinhos como tradição e estilo de vida. No passado, alguns dos animais capturados foram vendidos a aquários. O restante foi parar na prateleira dos supermercados.
The Cove, que ganhou o Oscar esse ano de melhor documentário, expõe um grupo de pescadores que conduz os golfinhos a uma baía e os mata com lanças e facas, tingindo as águas de vermelho-sangue.
A caça aos golfinhos de Taiji começa no dia primeiro de setembro todos os anos, e um grupo de pescadores confirmou que a matança vai continuar este ano, apesar de os barcos terem voltado vazios na quarta.
O’Barry e outros conservacionistas viajaram outras vezes ao vilarejo, para deixar clara sua oposição ao massacre cruel de animais quase tão inteligentes quanto nós.
Sua viagem do ano passado – coberta pela Associated Press – vai ao ar este mês nos EUA, pelo Animal Panet, em forma de seriado (chamado Bloody Dolphins – Golfinhos de Sangue).
A mensagem de The Cove conquistou pessoas pelo mundo todo, incluindo celebridades como Jennifer Aniston, Courtney Cox e Robin Williams.
O governo japonês permite o assassinato de 20 mil golfinhos ao ano e argumenta que matá-los (assim como matar baleias) não é diferente de criar vacas ou porcos.
Mas conservacionistas discordam. Grupos como a Sea Shepherd atuam ativamente contra a caça de baleias, permitida pelo governo para pesquisas acadêmicas, mas cujas carnes são comprovadamente vendidas para consumo.
O’Barry tinha inicialmente planejado festividades ao ar livre em Taiji este ano, com presença de celebridades que o apoiassem, para divulgar a causa. Mas ele mal pode pôr os pés para fora do hotel, diz.
The Cove estreou em alguns cinemas japoneses em junho. Inicialmente, algumas exibições foram canceladas depois de uma onda de ligações revoltadas e ameaças de nacionalistas de extrema direita, que se opõem ao filme como rebaixamento da cultura japonesa.
Manifestantes apareceram na frente da distribuidora do filme em Tóquio, gritando frases prontas. Mas muitos dos japoneses nunca comeram carne de golfinho ou baleia – e ficaram horrorizados com o que viram em The Cove.
“O documentário foi chocante para os japoneses”, disse Akihiro Orihara, 40, que administra restaurantes vegetarianos em Tóquio e irá ao evento de O’Barry. “Precisamos de informação para fazermos escolhas.”
O’Barry diz que não desistiu dos golfinhos e estará de volta todos os anos. “Crueldade não deveria ser cultura nem tradição em país algum.”
começa no Japão
O diretor de The Cove – documentário que venceu o Oscar sobre o massacre de
golfinhos japoneses – voltou ao Japão para protestar contra a matança mas
teve que cancelar a ida ‘a vila de Taiji devido a ameaças de grupos
ultranacionalistas.