O diretor do documentário The cove, vencedor do Oscar 2010 na categoria, comentou nesta terça-feira (20) sobre a decisão das forças militares americanas no Japão de proibirem a exibição do filme em sua base. O longa denuncia o massacre de golfinhos na pequena cidade de Taiji, na costa ocidental do país, onde os animais são vendidos ou utilizados na alimentação dos moradores. Segundo o porta-voz da base militar, Mitsuru Takahashi, a decisão foi uma forma de demonstrar respeito aos aspectos políticos e culturais locais.
Louie Psihoyos disse que nada vai silenciar a luta pela salvação dos golfinhos. Apesar da decisão dos militares, da oposição do governo japonês e das constantes manifestações contra a exibição de The cove em frente ao escritório da distribuidora do filme em Tóquio, Psihoyos está confiante e diz que vai distribuir cem DVDs para as pessoas que estão na base militar, a fim de que elas possam assistir ao documentário.
“Nós vamos vencer essa batalha”, afirmou.
The cove ainda não está em cartaz nos cinemas japoneses, mas já foi exibido em alguns festivais. A estreia está prevista para junho.
O governo japonês é a favor da caça de baleias e golfinhos no país, por razões ditas culturais e para pesquisas. Mas a maioria da população do país – que não utiliza esses animais na sua alimentação – ficou chocada ao saber sobre a matança.
O diretor já está trabalhando em seu próximo filme, que deve se chamar The singing planet. O longa vai falar sobre a destruição da natureza, o desaparecimento de corais e o aumento de substâncias tóxicas nos animais que vivem nos oceanos.
“Os peixes falam. Baleias falam”, ele disse. “Todos os seres vivos estão cantando. Nós é que não sabemos ouvi-los e ainda estamos destruindo essas vozes.”
Fonte: O Globo