Um novo estudo apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology revelou que adotar uma dieta saudável baseada em vegetais pode reduzir significativamente o risco de mortalidade em pessoas com condições cardiometabólicas, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Esses distúrbios, impulsionados em parte por dietas pobres em frutas e vegetais, são hoje a principal causa de morte no mundo.
A pesquisa analisou dados de aproximadamente 78.000 indivíduos no Reino Unido, Estados Unidos e China, atribuindo-lhes pontuações conforme a qualidade de suas dietas. Participantes que consumiram maior quantidade de vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas, e menor proporção de alimentos processados, açucarados e de origem animal, apresentaram menor risco de mortalidade. Em contraste, aqueles com dietas ricas em grãos refinados, batatas, bebidas açucaradas e produtos animais tiveram risco aumentado.
Redução de até 24% no risco de morte
Os resultados mostraram que uma pontuação elevada no índice de dieta saudável à base de vegetais foi associada a uma redução de 17% a 24% no risco de morte por todas as causas, incluindo doenças cardiovasculares e câncer. Por outro lado, uma dieta predominantemente baseada em vegetais não saudáveis aumentou o risco de mortalidade em 28% a 36%.
“Uma maior ingestão de alimentos vegetais saudáveis, menor consumo de opções não saudáveis e a redução de produtos de origem animal são fatores cruciais para a longevidade”, destacou Zhangling Chen, autor principal do estudo e pesquisador da Central South University, na China.
Evidências reforçam benefícios da alimentação vegetal
A associação entre dieta saudável e menor mortalidade persistiu mesmo após ajustes para variáveis como idade, raça, tabagismo e nível de atividade física. Embora o estudo tenha limitações – como a autodeclaração dos hábitos alimentares, sem reavaliação ao longo do tempo –, suas conclusões reforçam achados anteriores sobre os benefícios de dietas baseadas em vegetais.
Pesquisas recentes já haviam demonstrado, por exemplo, que o leite de soja é mais favorável à saúde cardiometabólica do que o leite de vaca, auxiliando no controle da pressão arterial, colesterol e inflamação. Outro estudo indicou que substituir proteínas animais por vegetais pode reduzir o risco de doenças cardíacas.
Os resultados reforçam a importância de políticas públicas que incentivem alimentações mais saudáveis e sustentáveis, visando não apenas a prevenção, mas também o manejo de doenças crônicas que impactam milhões de pessoas globalmente.