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CONSCIENTIZAÇÃO

Dia Nacional do Gato Preto: data criada para combater o preconceito

Superstições ainda estão muito ligadas à dificuldade de adoção de gatos pretos

17 de novembro de 2025
Rebecca Vettore
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Quando falamos de adoção de gato preto, é comum que o assunto seja erroneamente associado a superstições antigas datadas da Idade Média.

Apesar desse tipo de preconceito ser ultrapassado no quesito tempo, ele ainda é muito latente e presente na sociedade atual.

“Infelizmente, uma das grandes dificuldades é que muitas pessoas ainda escolhem os gatos se baseando na cor da pelagem e na aparência, e não na busca por uma conexão verdadeira ou pela história e personalidade do animal”, explica Mariana Barão, presidente da ONG Gatinhos da Vila Prudente.

De acordo com Mariana, o preconceito contra esses animais persiste por estar associado à ideia totalmente de que o gato preto atrai má sorte ou azar.

“Por mais que a gente saiba que isso é mito, essa desinformação influencia muita gente na hora de escolher um animal e acaba sendo uma barreira bem irracional para a adoção”, diz a presidente da ONG.

Para combater o preconceito contra gatos pretos, segundo a veterinária Vivian dos Santos Baptista, mestre e PhD em Clínica e Reprodução pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em felinos e esporotricose animal, é essencial desmistificar superstições por meio da educação, informação e conscientização.

“Devemos proteger os animais de atos de crueldade e incentivar a adoção responsável. Isso inclui proteger gatos pretos de serem alvo de abusos em datas como o Halloween ou sextas-feiras 13, denunciar casos de maus-tratos e adotar esses gatos com responsabilidade. Mantê-los seguros é muito importante, e compartilhar boas informações também”, conta Vivian.

Caso de adoção

Desde criança, um dos sonhos da jornalista Paola Churchill sempre foi adotar um gato. Sem preferência por cor, a paulista só queria um bichano para fazer companhia.

Apesar de não ter acontecido durante a infância, anos depois, quando ela já morava sozinha, o desejo foi despertado novamente.

“Entre o final de 2022 e o começo de 2023, eu estava vivendo um momento complicado. Tinha acabado de terminar um relacionamento, por isso me sentia muito sozinha e triste. Posso dizer que enfrentava uma depressão. Fui até uma ONG e me interessei por um gato, mas acabou não dando certo”, relembra Paola.

Meses depois dessa primeira busca, uma conhecida falou sobre um gatinho preto que tinha sido abandonado e precisava de uma família.

“Assim que eu o vi, já me apaixonei e adotei o Meia-Noite em abril de 2023. Desde que o adotei, nunca mais tive crises de depressão”, conta a jornalista. “E o que digo para todo mundo que quer adotar é: tenha condições financeiras para cuidar do bichinho e coloque tela na casa, mas o mais importante é ter certeza antes de adotar, porque ele vai viver muitos anos com você.”

E, se você também quer ajudar a combater o preconceito e deseja adotar um gato preto, Mariana dá algumas dicas.

“Se você pensa em adotar, não use a cor como critério de descarte. Venha aos eventos de adoção de coração aberto para se conectar com a personalidade do gato, e não com a cor dele. Dê uma chance aos pretinhos, aos frajolas, aos gatinhos mais assustados também, que costumam esperar mais tempo por um lar.”

E diferentemente do que as pessoas podem imaginar, gatos pretos não precisam de cuidados específicos.

“Gatos SRD pretos precisam dos mesmos cuidados que os outros. Se você quiser adotar, coloque tela na casa toda, verifique se tem condições para testá-lo para FIV/FeLV e mantenha as vacinas em dia”, finaliza Vivian.

Caso você queira adotar um animal doméstico da ONG Gatinhos da Vila Prudente, poderá contar com ajuda de voluntários.

“No processo, temos a visita e a interação para que os interessados possam ver os gatos e, principalmente, sentir a personalidade de cada um. Os voluntários que recebem os adotantes conhecem toda a história dos gatinhos, como foi o resgate, e fazem questão de passar essa vivência para os futuros tutores”, conclui Mariana.

Fonte: Cães&Gatos

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