O Dia Nacional Vacinação, comemorado em 17 de outubro, foi criado para estimular a imunização em seres humanos. Contudo, a data também pode e deve ser estendida aos animais domésticos, pois as vacinas são responsáveis por proteger os animais de diversas doenças graves.
A vacinação estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra agentes infecciosos, garante a saúde individual dos animais e resguarda a coletividade ao dificultar a disseminação de zoonoses — enfermidades que podem ser transmitidas entre animais e humanos.
Para a médica-veterinária Beatriz Ferlin, do Hospital Veterinário Taquaral (HVT), a imunização é um ato de amor e cuidado, que deve fazer parte do plano de prevenção ao longo da vida do animal.
“A vacinação é fundamental para evitar que cães e gatos desenvolvam enfermidades graves e assegura maior qualidade e expectativa de vida aos animais”, explica a profissional.
Entre as principais doenças preveníveis em cães estão cinomose, parvovirose, leptospirose, hepatite infecciosa, parainfluenza, coronavirose, adenovírus e raiva. Nos gatos, a vacinação protege contra rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose, panleucopenia, leucemia viral felina (FeLV) e raiva.
Protocolo vacinal deve ser individualizado
O protocolo vacinal é personalizado e depende da idade, histórico de saúde, raça, estilo de vida e ambiente do animal. Nos filhotes, a vacinação começa entre 45 e 60 dias de vida, com doses múltiplas da vacina polivalente e aplicação da antirrábica a partir das 16 semanas.
Nos adultos, os reforços devem ser anuais. Já em animais resgatados ou que viajam para outras regiões, recomenda-se check-up clínico e adaptação do protocolo vacinal, incluindo exames sorológicos quando necessário.
Algumas vacinas são obrigatórias — como V8/V10 e antirrábica nos cães e V3/V4 e antirrábica nos gatos, enquanto outras são opcionais e indicadas conforme o risco individual, como a de gripe canina, giardíase, dirofilariose e leucemia felina.
Antes da vacinação, a avaliação clínica é essencial para garantir que o animal esteja saudável. Animais doentes não devem ser vacinados até a estabilização clínica, garantindo eficácia e segurança da imunização.
Além disso, embora reações leves, como febre, apatia ou dor local, sejam comuns, efeitos graves são raros. Em caso de alterações significativas após a aplicação, o tutor deve buscar atendimento veterinário imediatamente.
Mitos comuns sobre a vacinação
Beatriz Ferlin alerta para alguns mitos comuns sobre a vacinação, que podem colocar os animais em risco.
“Não é verdade que uma única dose protege o animal a vida toda, nem que animais que vivem exclusivamente dentro de casa não precisam ser vacinados. A imunidade requer reforços anuais e mesmo animais domésticos podem ser expostos a agentes infecciosos por humanos ou outros animais”, reforça.
Inclusive, a não vacinação aumenta a suscetibilidade a doenças graves, eleva os custos com tratamentos e representa risco à saúde de toda a comunidade.
Fonte: Cães&Gatos