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ADAPTAÇÃO

Dia Mundial dos Pinguins: como essas aves estão lidando com as mudanças climáticas

25 de abril de 2025
Iwona Szyprowska-Głodzik
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Hoje celebramos o Dia Mundial do Pinguim – uma data dedicada a essas aves extraordinárias, que não voam, mas nadam centenas de quilômetros em águas geladas, formam laços familiares fortes e continuam surpreendendo os cientistas com sua capacidade de se adaptar às mudanças climáticas. No entanto, o mundo delas está encolhendo ano após ano – o derretimento do gelo, a poluição e a perda de habitat são desafios que nem mesmo essas aves resistentes podem superar com facilidade.

Os pinguins têm seu dia – e com toda razão

O Dia Mundial do Pinguim é comemorado anualmente em 25 de abril. Essa data não foi escolhida por acaso – ela coincide com o início da migração anual dos pinguins-de-adélia, que nessa época começam a se preparar para a temporada de reprodução. O feriado foi criado por comunidades científicas e ambientais com o objetivo de chamar atenção para as ameaças enfrentadas pelos pinguins: o derretimento do gelo marinho, a poluição por plásticos nos oceanos e a sobrepesca, que reduz sua oferta de alimento.

Com o tempo, a iniciativa ganhou reconhecimento mundial, inspirando pessoas ao redor do planeta a agir para proteger essas criaturas carismáticas. Atualmente, organizações como o WWF e a IUCN aproveitam a data para lançar campanhas educativas, ressaltando a importância de manter o equilíbrio nos ecossistemas marinhos.

A diversidade dos pinguins

Atualmente, são conhecidas 18 espécies de pinguins, cada uma com características e adaptações únicas para sobreviver em ambientes extremos. O maior deles, o pinguim-imperador, é um verdadeiro gigante entre seus parentes – pode chegar a 120 cm de altura e pesar até 45 kg, sendo o maior pinguim do mundo. É também um dos animais mais resistentes da Terra, capaz de sobreviver aos invernos antárticos com temperaturas de até -60°C. Por outro lado, o menor é o pinguim-azul (ou pinguim-pequeno), que mede apenas 33 cm e pesa cerca de 1 kg.

Os pinguins são mestres na natação – suas asas funcionam como nadadeiras, permitindo que alcancem velocidades de até 24 km/h, enquanto suas penas formam uma camada impermeável que os protege do frio. Curiosamente, passam a maior parte da vida no oceano, caçando peixes, krill e lulas, e só retornam à terra durante a época de reprodução, formando colônias barulhentas com milhares de indivíduos. Algumas espécies, como o pinguim-de-penacho-amarelo, são verdadeiros acrobatas – conseguem saltar até 1,5 metro para alcançar costões rochosos. Outras, como o pinguim-rei, impressionam pela elegância, com manchas dourado-alaranjadas brilhantes no pescoço. São também animais altamente sociais – o burburinho de suas colônias pode parecer uma festa animada, e muitos casais permanecem fiéis por anos, fazendo deles símbolos de amor e cooperação.

Adaptação ou necessidade

Quando pensamos em pinguins, geralmente imaginamos paisagens geladas da Antártida. No entanto, essas aves incríveis podem nos surpreender ao aparecer em lugares inesperados. Os pinguins-de-Magalhães, por exemplo, começaram a nidificar próximos a assentamentos humanos em Puerto Madryn, na Argentina. Diante da escassez de materiais naturais para construção de ninhos, passaram a utilizar lixo, como garrafas plásticas e pedaços de redes de pesca, para criar abrigos improvisados. É impressionante como conseguem se adaptar a ambientes alterados pelo ser humano, embora isso também evidencie o grave problema da poluição marinha.

Ainda mais surpreendentes são os pinguins-das-Galápagos – a única espécie que vive nas ilhas tropicais de mesmo nome. Em um local onde as temperaturas podem ultrapassar os 30°C, eles sobrevivem graças a correntes oceânicas frias que trazem alimento, além de comportamentos inteligentes – como mergulhar na água para evitar o superaquecimento. No entanto, até mesmo sua adaptabilidade tem limites.

As mudanças climáticas ameaçam os pinguins

Pesquisas científicas indicam que os pinguins-imperadores podem ser extintos até 2100 se as mudanças climáticas não forem contidas. Modelos desenvolvidos pelo British Antarctic Survey e pela WHOI mostram que a perda de gelo marinho durante a época de reprodução pode causar falhas reprodutivas completas. Em algumas regiões da Antártida, o gelo já desaparece antes que os filhotes aprendam a nadar, o que resulta em suas mortes. Em 2022, quatro das cinco colônias no mar de Bellingshausen sofreram falhas reprodutivas totais – o gelo sumiu, e ovos e filhotes afogaram-se.

Segundo projeções, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem nos níveis atuais, até 99% das colônias de pinguins-imperadores podem desaparecer nos próximos 75 anos. Em 2022, a agência NOAA, dos Estados Unidos, listou oficialmente essa espécie como ameaçada de extinção.

Os pinguins não são apenas símbolos de amor, lealdade e cooperação – eles também são indicadores da saúde dos ambientes marinhos. Seu bem-estar e seus números refletem as mudanças que ocorrem nos oceanos e no clima.

Diante das consequências dramáticas das mudanças climáticas, cientistas pedem ações urgentes: redução das emissões de CO₂, fortalecimento da proteção dos habitats e promoção de uma solidariedade ecológica global. Proteger os pinguins não é apenas salvar uma espécie – é um passo essencial para preservar a biodiversidade e manter o equilíbrio dos ecossistemas.

Traduzido de Water Issues.

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