O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, remete à primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972 em Estocolmo, na Suécia. Esta data tem como objetivo promover ações e atividades voltadas para a preservação ambiental de maneira integrada e coletiva. Cinquenta anos se passaram desde então, e os desafios se intensificam a cada dia.
Atualmente, o mundo enfrenta uma grave crise de poluição plástica, afetando desproporcionalmente países subdesenvolvidos e comunidades ribeirinhas. De acordo com a ONU, cerca de 13 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos anualmente. Infelizmente, os primeiros a sofrerem são os animais marinhos.
Um episódio recente na Tailândia ilustra essa tragédia. Uma baleia-piloto foi encontrada agonizando na província de Songkhla, tendo vomitado cinco sacolas plásticas antes de morrer. Uma autópsia revelou cerca de 80 sacolas em seu estômago, impedindo o mamífero de se alimentar. Casos como este não são isolados. No Reino Unido, uma foca morreu após ingerir uma embalagem plástica de doce, evidenciando a responsabilidade humana pela poluição marinha.
A situação também agrava crises ambientais locais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que exemplificam as consequências da gestão inadequada de resíduos. Além de destruírem habitats, os plásticos contribuem para bloqueios em sistemas de drenagem, exacerbando inundações e danos patrimoniais.
Apesar dos desafios, há progresso. Um relatório da ONU destaca que pelo menos 50 nações estão conseguindo reduzir a poluição por plástico, liderando esforços por um mundo mais sustentável. As Ilhas Galápagos estão banindo plásticos de uso único, o Sri Lanka proibiu o isopor, e a China está promovendo sacolas biodegradáveis.
No entanto, a luta está longe de terminar. Em países como Camarões, a proibição de sacos plásticos gerou um mercado ilegal lucrativo e prejudicial. Além disso, microplásticos continuam a ser uma ameaça invisível, acumulando-se nos oceanos e na cadeia alimentar.
Medidas simples podem causar um impacto significativo no meio ambiente. Utilizar sacolas retornáveis, comprar produtos a granel, evitar itens descartáveis e realizar a separação do lixo para coleta seletiva são ações que todos podem adotar. Iniciativas como estas são essenciais para que países como o Brasil possam, no futuro, ser destacados por boas práticas ambientais.
O papel das empresas e governos
Além das ações individuais, é crucial que empresas e governos assumam compromissos éticos para a destinação adequada de resíduos. Propostas para o desenvolvimento de materiais biodegradáveis e a implementação de impostos sobre plásticos são passos importantes.
No Vietnã, foram instituídos impostos para o uso de sacolas, enquanto Marrocos baniu completamente os sacos plásticos, substituindo-os por produtos de tecido. Tais medidas demonstram que é possível fazer a diferença com políticas públicas eficazes.
Reflexão e ação
O Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser uma ocasião para reflexão, luto pelas perdas ambientais, mas também para a conscientização e celebração das vitórias na luta pela sustentabilidade. Esperamos que, no próximo ano, o Brasil possa ser um exemplo de boas práticas ambientais, contribuindo para a construção de um mundo mais saudável e equilibrado.
