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CELEBRAÇÃO

Dia Mundial do Gato: Conheça as incríveis jornadas de Guibi, Pandora e Helena que escaparam da morte e ganharam 'vida nova'

17 de fevereiro de 2024
7 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

Neste sábado (17) é comemorado o Dia Mundial do Gato. A data foi instituída em 1931, na cidade de Florença, na Itália, durante o Congresso Internacional de Proteção Animal que reuniu ecologistas pioneiros na defesa dos animais

A ideia se espalhou pelo mundo e mudou a vida de muitos animais. Selecionamos as histórias de três deles: Guibi, Pandora e Helena.

Resgatados pela ONG Clube do Gato, de Brasília, eles escaparam da morte e ganharam lares onde são amados e retribuem com muito carinho – e personalidade.

Guibi 🐈

Foto: Arquivo pessoal

O Guibi foi resgatado em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, em maio do ano passado. Ele tinha cerca de dois meses e um olho muito machucado.

A ONG não sabe o que aconteceu. Devido a gravidade do ferimento, a instituição buscou doações para tentar recuperar o olho, mas não foi possível. Guibi perdeu o órgão.

Começava, então, uma jornada para encontrar um lar para o filhote. Em julho de 2023, a bióloga Renata Lobo viu a história do gato em uma rede social.

Ela conta que o primeiro sentimento foi de compaixão e que, sem hesitar, decidiu buscá-lo para fazer companhia aos outros três pets que já tinha em casa.

“Ele ter sido achado na rua com o olho estourado, foi de matar o meu coração. Publicaram a história dele e eu chorava […] Fui buscar e somos muito felizes com ele lá em casa” , conta Renata.

Pandora 🐱

Foto: Arquivo pessoal

Abandonada na porta de uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, Pandora se arrastava e exalava um odor muito forte do ânus e da parte genital quando foi resgatada. Por conta de um trauma – talvez uma paulada – ela tinha sequelas de lesão na medula, o que dificultava a locomoção e a deixou com incontinência fecal e urinária.

A ONG Clube do Gato resgatou a felina, que era muito arisca. O medo que ela tinha das pessoas aumentava o desafio de manter os cuidados necessários. Parecia uma adoção impossível😔.

No entanto, ao postar a história de Pandora em uma rede social, logo veio uma mensagem:

“Li agora a história da Pandora. Ela já foi adotada?”, perguntou uma candidata a tutora.

O Clube do Gato entrou em contato com a mulher para explicar que Pandora não estava para adoção. “Ela é muito medrosa e tem incontinência urinária e fecal. Pegá-la, por exemplo, para colocar fraldas e ela não fazer cocô e xixi pela casa, é muito difícil. Que tal adotar outra gata?”, perguntou a ONG à pretendente.

Maria Cristina Rayol, a então candidata a tutora, contou que tinha acabado de perder uma gatinha em um acidente fatal com o cachorro do vizinho, e que começou a procurar uma nova companheira para a sua outra gatinha, que ficou devastada com a morte da irmã.

Segundo a diplomata, a ideia era adotar um filhote, mas quando viu a publicação do Clube do Gato com a história da Pandora, o seu coração foi conquistado.

“Tinha uma foto de uma gatinha novinha, toda machucada, dizia que ela tinha incontinência urinária e a coluna esmagada e dizia ‘quem adotaria Pandora?’ Não tive dúvidas: eu! “, diz Maria Cristina.

Ela lembra que tentaram dissuadi-la. Pandora não deixava ninguém chegar perto. Mas a diplomata insistiu, até a ONG decidir concordar com a aproximação.

“Passei um mês chegando cada vez mais perto na hora da ração, até fazer o primeiro carinho na cabeça. Aos poucos, ela foi ganhando confiança e, no fim das contas, foi Pandora que me adotou” diz Maria Cristina.

Atualmente, Pandora gosta de dormir na barriga da tutora, é carinhosa e sociável. Apesar dos problemas na coluna, a gatinha preta salta, sobe em árvore, abre as portas do guarda-roupas e escala prateleiras.

Maria Cristina conta que nesse caminho houve percalços. Pandora era agressiva na hora de fazer fisioterapia e passou por duas internações longas.

Em uma delas, teve um problema de endurecimento das fezes que acabaram acumuladas no reto e na porção final do intestino, problema conhecido como fecaloma. Para a tutora, o animal é uma história de superação constante, física e emocional, dos próprios limites e traumas.

A incontinência de urina e fezes é irreversível e a tutora ainda não consegue colocar fraldas na Pandora. Mas, tem esperança de conseguir porque a gatinha já consegue passar algumas horas na cama de Maria Cristina sem deixar escapar cocô ou xixi.

Helena 😻

Foto: Arquivo pessoal

Com os olhos machucados e as orelhas queimadas e necrosadas, Helena foi resgatada na Asa Sul, em Brasília, em maio de 2022. A adoção ocorreu um mês depois e foi feita pela funcionária pública Débora Rocha, que viu a postagem da ONG nas redes sociais e diz que foi “amor à primeira vista”.

“Senti algo diferente e forte. Vi várias vezes os vídeos, algo me conectou, mesmo sem lhe ter visto pessoalmente. Comuniquei a ONG que eu queria adotá-la. Senti algo indescritível “, diz Débora.

Quando a tutora conheceu Helena, a gatinha tinha uma expectativa de vida de 24h na clínica veterinária. Ela havia passado pela amputação de parte das orelhas, além de fechar uma perfuração na pelve e inserir uma sonda esofágica, porque não conseguia se alimentar.

Helena também perdeu a visão de um dos olhos e ainda continua fazendo tratamento para o intestino, pois tem alergia a alguns alimentos. Mas, para Débora, isso não importa.

“Deu muito trabalho e, no começo, até pensei que não ia conseguir. Mas Helena não passou a fazer parte da nossa família por acaso, ela reencontrou a sua família e sempre será nossa caçulinha” diz Débora.
Helena sendo encontrada em estado crítico e muito debilitada

Ela conta que a gata é muito arteira, gosta de caminhar pelo corredor do prédio e “conversar” com os vizinhos, além de ficar na janela vendo o movimento da rua. A tutora acredita que “elas já se conheciam de outras vidas”.

Especialista explica a importância da castração

Segundo uma pesquisa do Instituto Pet Brasil, a população de felinos criados em casa foi a que registrou maior crescimento no Brasil entre 2020 e 2023: 6%. O índice está acima do aumento dos cães, que ficou em 4%.

De acordo com último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 22,1 milhões de gatos nas casas do Brasil.

A médica veterinária e especialista em felinos pela Associação Americana de Médicos de Felinos (AAFP), Thalita Ramos, explica que a castração é de extrema importância. Além de impedir a reprodução sem controle, ela aumenta a longevidade dos animais que ficam menos expostos.

“Diminui também o risco de infecções e câncer de ovários e útero em fêmeas. No caso de machos, câncer de testículo e próstata. Além disso, diminui-se comportamentos indesejados, como marcação territorial, agressividade , vocalização excessiva e fugas” , diz a veterinária.

A idade ideal para machos serem castrados é após os sete meses de idade, pois estarão com o sistema urogenital completamente desenvolvido evitando obstruções uretrais por conta do diâmetro reduzido da genitália infantil, explica Thalita. No caso das fêmeas, o ideal é após os seis meses, quando elas atingem a maturidade sexual e para evitar a incontinência urinaria.

Alguns cuidados que os tutores devem ter com os felinos

A médica veterinária Thalita Ramos, explica que os tutores precisam se atentar a alguns cuidados em relação a alimentação, saúde e higiene dos felinos.

Veja algumas dicas:

Sempre deixar a caixa de areia limpa;
Comedouros e bebedouros limpos com comida e água fresca;
Fazer checkup anual com veterinário;
Ter a vacinação em dia;
Não deixar os gatos terem acesso à rua.

Fonte: G1

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