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CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

Dia Internacional do Gato: eles ultrapassam marca de 30 milhões no Brasil

Adoção consciente e cuidados específicos são essenciais para garantir saúde e bem-estar dos animais

8 de agosto de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Freepik

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de população de animais, com cerca de 160 milhões de animais domésticos. Entre eles, os gatos somam aproximadamente 30 milhões e seguem em ascensão nos lares brasileiros. Nesta sexta-feira, 8 de agosto, é celebrado o Dia Internacional do Gato, data criada em 2002 pelo Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW) para incentivar a adoção responsável e combater o abandono.

De acordo com o PetCenso 2025, a maioria dos gatos no País não possui raça definida: os populares vira-latas representam 86% da população de gatos. Já entre as raças preferidas, estão os siameses (5%) e os persas (2%). Os nomes mais populares entre os gatos também foram levantados: Luna lidera entre as fêmeas, enquanto Tom é o mais comum entre os machos.

Segundo o médico-veterinário Archivaldo Reche Junior, professor titular da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) e especializado em felinos, adotar um gato exige responsabilidade e comprometimento a longo prazo. “Eles podem viver mais de 15 anos e precisam de um ambiente seguro, sem acesso à rua, além de uma adaptação que pode ser lenta, especialmente para adultos”, afirma.

O profissional também destaca os principais pontos que futuros tutores devem considerar antes de adotar um gato. Entre os cuidados essenciais estão: oferecer uma alimentação de qualidade, manter as consultas veterinárias em dia, e garantir a vacinação, a vermifugação e o controle de parasitas. Além disso, é fundamental realizar a castração, proporcionar um ambiente enriquecido com arranhadores, brinquedos e locais seguros para o animal se esconder e descansar. “Importante manter a caixa de areia sempre limpa e acessível, e realizar o monitoramento regular do peso e da hidratação, além de exames de rotina”, destaca Reche Junior.

Independentes, mas nem tanto

A ideia de que os gatos são totalmente independentes é um mito. Seu comportamento mais reservado pode dificultar a identificação de sintomas de doenças, tornando essencial que os tutores estejam atentos a alterações sutis. Reclusão repentina, mudanças no comportamento social, perda de peso, aumento do apetite, mau hálito, vômitos ou diarreia frequentes, eliminação fora da caixa de areia e vocalizações incomuns podem ser sinais precoces de problemas de saúde. Além disso, algumas raças exigem atenção especial.

O médico-veterinário Rodrigo Fillippi Prazeres, membro da Comissão Técnica de Animais de Companhia do CRMV-SP, alerta que determinadas raças apresentam predisposições genéticas a doenças específicas. “É o caso dos persas, que podem desenvolver problemas renais, respiratórios e oculares, e dos maine coons e ragdolls, mais suscetíveis à cardiomiopatia hipertrófica. Independentemente da raça, o cuidado deve ser sempre individualizado, com base em sua genética e estilo de vida”, enfatiza.

Medicina felina exige abordagem diferenciada

Gatos possuem fisiologia e metabolismo distintos dos cães, o que exige o uso de medicamentos e doses específicas. Além disso, são extremamente sensíveis ao estresse, tornando fundamental um manejo clínico e hospitalar adequado.

Para atender a essas necessidades, muitas clínicas veterinárias têm adotado o atendimento cat friendly, uma tendência crescente baseada em um programa internacional criado em 2012. A iniciativa reconhece as particularidades comportamentais dos gatos e busca reduzir o desconforto durante as consultas.

Entre as práticas adotadas estão a separação das áreas de espera para evitar contato com cães, a manipulação gentil com uso de equipamentos próprios, a avaliação por ciclos de vida, o controle da dor e a capacitação contínua das equipes.

Uma das certificações voltadas à qualificação dos profissionais é o Cat Friendly Certificate Program, que prepara diferentes membros da equipe clínica para oferecer um atendimento mais eficiente e respeitoso com o bem-estar dos gatos.

Fonte: CRMV-SP

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