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REINO ANIMAL

Dia Internacional da Mulher: milhões de fêmeas invisibilizadas são exploradas e mortas em todo o mundo

8 de março de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Enquanto o Dia Internacional da Mulher nos convida a celebrar conquistas e refletir sobre a luta por igualdade, há uma parte dessa história que quase sempre fica invisível: as fêmeas de outras espécies. Enquanto mulheres humanas reivindicam seus direitos, bilhões de fêmeas animais seguem exploradas, aprisionadas e mortas sem que suas dores sequer sejam reconhecidas.

Pense em uma vaca leiteira. Assim como tantas mães humanas, ela se apega ao seu bebê desde o momento do nascimento. Mas seu destino já está traçado: ela será forçada, repetidamente, a engravidar para que seu corpo continue produzindo leite – um leite que não será para seu filho, mas para o consumo humano. Quando ele nasce, a separação acontece rápido, muitas vezes em questão de horas. Ela chora, procura, chama. Ele também. Mas não há compaixão nesse sistema. Se for macho, será descartado para a indústria da carne. Se for fêmea, terá o mesmo futuro da mãe. E quando sua produtividade cair, o abatedouro será seu último destino.

Na indústria de ovos, a realidade não é menos cruel. Galinhas passam suas vidas confinadas em gaiolas tão pequenas que mal conseguem abrir as asas. Suas existências são reduzidas a botar ovo após ovo, até que seus corpos se desgastem e elas sejam consideradas “inúteis”. Então, são mortas. Os pintinhos machos nem chegam a ter uma chance: são triturados ou asfixiados logo após o nascimento, porque não servem para a produção.

E não para por aí. Porcas são mantidas em celas onde não podem nem se virar, forçadas a gerar ninhadas que logo serão tiradas delas. Ovelhas são tosquiadas até a pele sangrar. Cabras são ordenhadas até a exaustão. Elefantas são espancadas até aprenderem truques para entreter plateias. Macacas são aprisionadas em laboratórios para testes brutais. A lista segue, imensa, repleta de vidas femininas reduzidas a mercadoria.

Neste 8 de março, precisamos nos perguntar: por que a luta pelos direitos das fêmeas não se estende a todas as espécies? Como podemos clamar por liberdade enquanto aceitamos a escravidão de bilhões de seres sencientes? A exploração das fêmeas, humanas ou não, tem um traço em comum: um sistema que as vê como recursos, não como indivíduos.

Lutar pelos direitos animais também é lutar pelas mulheres. É ampliar nossa empatia e reconhecer que a verdadeira justiça não pode ter limites. Neste Dia da Mulher, que nossa indignação vá além do que nos afeta diretamente. Que possamos enxergar, com clareza, todas as vidas femininas que clamam por liberdade – e agir.

Por um mundo onde todas as fêmeas sejam livres.

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