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Dia dos Animais em Laboratórios lembra crueldade em benefício humano

25 de abril de 2020
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Pixabay

Ontem (24) foi o Dia Mundial dos Animais em Laboratórios, para lembrarmos que ainda hoje mais de 100 milhões de animais continuam sendo utilizados por ano em experimentos laboratoriais que incluem testes de produtos, vivissecção e pesquisa no ensino, segundo dados da Humane Society International (HSI) e Cruelty Free International (CFI).

Ainda que esses animais sobrevivam às experiências, que impõem os mais diferentes tipos de privação e violência física e psicológica, é prática comum o sacrifício quando eles não são mais considerados úteis.

Organizações que fazem oposição ao uso de animais como cobaias apontam que além da geração de sofrimento, os testes consomem muito tempo e recursos, além de restringir o número de substâncias que podem ser testadas. Os experimentos também são criticados por fornecerem uma compreensão muito limitada de como as substâncias químicas se comportam no corpo.

 

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Hoje, dia 24 de abril, é celebrado o Dia Mundial Antivivissecção. A data foi criada pela PETA em 1980 e também é conhecida como Dia Mundial dos Animais de Laboratórios. A iniciativa tem como objetivo conscientizar a comunidade científica e a sociedade em geral sobre a importância da abolição da exploração animal em testes. Neste ano, 2020, um grupo de organizações em defesa dos direitos animais está pedindo a cientistas de todo o mundo que não explorem animais em pesquisas sobre a Covid-19. A coalizão é formada por ativistas do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. O grupo pede que os novos estudos sejam focados na fisiologia e anatomia humanas e sejam empregados métodos substitutivos a testes em animais, como softwares, culturas de células e engenharia de tecidos e microfluídica de órgão em um chip.

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Testes não predizem “as reações humanas no mundo real”

Há apontamentos de que em muitos casos os testes não predizem corretamente “as reações humanas no mundo real”. Por isso cientistas estão questionando cada vez mais a relevância das experiências que visam “modelar” as doenças humanas em laboratório, criando artificialmente sintomas em outras espécies animais.

Atualmente, entre os recursos disponíveis que podem substituir os testes em animais estão as novas tecnologias que envolvem triagem de alta produtividade, modelos computacionais e chips baseados em cultura de células e tecido humano artificial.

Em entrevista à Vegazeta, o vencedor do Lush Prize (que premia as melhores iniciativas de substituição aos testes em animais em pesquisas toxicológicas), o pesquisador Renato Ivan de Ávila, disse que hoje temos métodos superiores livres de dor e sofrimento animal e que imitam melhor as condições fisiológicas do organismo humano.

Além dos EUA e de alguns países europeus, o Brasil também tem desenvolvido tecnologia que reforça que não há necessidade de utilizar animais em testes de medicamentos. Um exemplo é o trabalho de cientistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem) que criaram organoides feitos com células humanas, em escala micrométrica, e exercem a mesma função de órgãos humanos como intestino e fígado. Inclusive foram muito bem-sucedidos os testes com paracetamol, que é um dos medicamentos mais consumidos no país.


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