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Dia dos Animais é festejado com "Cãominhada" em Natal

5 de outubro de 2009
3 min. de leitura
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As cadelas yorkshire Dara, nove anos, e Lissa, um ano, suportaram bem a caminhada de quase 1km da lateral do Praia Shopping até a praça Praia do Rio Doce, no conjunto Ponta Negra, em Natal, RN. Elas acompanhavam a veterinária Dayana Evans Belém de Melo durante a 2ª Cãominhada na tarde de domingo (4/10), que reuniu cerca de 200 cães e 800 pessoas, em Natal, para marcar comemorações do Dia Internacional dos Animais.

A “Cãominhada” pelo bem-estar dos animais contou com a participação de ONGs e grupos protetores de animais, além dos cães do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, que fizeram uma apresentação. Na ocasião, os participantes lançaram um abaixo-assinado reivindicando da Prefeitura de Natal a aprovação do projeto de lei de esterilização dos animais de rua.

De acordo com a presidente da ONG Amimais, Ryanny Botelho, o objetivo é conseguir mil assinaturas para o projeto, no objetivo de sensibilizar as autoridades da cidade para uma situação que já é preocupante. “Em Natal, existem verdadeiros bolsões desses animais que vivem abandonados em grandes avenidas e em bairros de periferia sem a proteção de um tutor, correndo riscos a todo instante”, disse Ryanne Botelho, explicando que o projeto foi feito com base em projetos de outras cidades brasileiras que já desenvolvem a esterilização de animais de rua, como por exemplo Maceió, Fortaleza e Ribeirão Preto (SP).

Ela explica que o projeto propõe que, paralelamente à esterilização, seja feita uma campanha educativa para esclarecer os objetivos e concientizar à população para servir de efeito multiplicador.

Maus-tratos

Para a funcionária pública Rosana Santos, que estava na “cãominhada” com o cão Apolo, da raça golden retriever, a lei de esterilização aponta para o problema dos maus-tratos contra os animais que a sociedade brasileira não pode mais suportar.

“O que nós estamos propondo é que os seres humanos possam tratar com respeito e compaixão todos os animais. Esses animais abandonados ou vítimas de maus-tratos precisam de uma nova chance porque senão eles vão gerar novos animais que, igualmente, serão abandonados”.

A opinião é compartilhada pela veterinária Dayana Evens Melo que também alertou para a guarda responsável. “O tutor de um animal tem que ter a consciência de que maltratar um animal é crime e, como tal, deve ser punido”, disse.

Protesto

A mobilização também serviu para dizer “não” ao Projeto de Lei n 4548/98, que tramita no Congresso Nacional e propõe a exclusão do termo “animais domésticos e domesticados” da “Lei de Proteção dos Animais”, da lei federal 9605/98.

A alteração exclui do dispositivo os animais domésticos, permanecendo delituosa a conduta com relação aos animais silvestres, nativos ou exóticos, com o objetivo de preservar a cultura popular. Assim, maus-tratos contra animais domésticos e domesticados não serão mais crime.

Segundo Ryanne, os interesses ligados a este projeto de lei são puramente econômicos, pois querem que os rodeios, vaquejadas, farra do boi etc., sejam atividades perfeitamente legais, alegando que são importantes “manifestações culturais e econômicas” do nosso país.

Feliz com a mobilização, ela enfatizou que a movimentação mostra que a questão dos animais não é mais algo apenas para estudiosos ou para quem tem “pena dos animais”, mas já faz parte da vida de todas as pessoas. “No país cresce de maneira muito forte todo o movimento de defesa dos animais. As pessoas começam a ter consciência de suas vidas”, concluiu.

Fonte: Correio Brasiliense

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