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Dia do Vira-Lata: momento de celebrar a força, o amor e a lealdade dos animais sem raça definida

Os cães e gatos SRDs, chamados popularmente de vira-latas, possuem personalidade, pelagem e históricas únicas, que os fizeram conquistar o Brasil todo

31 de julho de 2025
Danielle Assis
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução/X

Os cães e gatos sem raça definida (SRD), chamados popularmente de vira-latas, são praticamente um símbolo do Brasil e neste Dia do Vira-Lata se tornaram protagonistas.

Existindo em diferentes portes, pelagens e personalidades, eles são os preferidos de muitas pessoas. Inclusive, segundo o PetCenso 2025, os SRDs são a maioria nos lares brasileiros, ocupando o primeiro lugar no ranking de raças mais populares.

Além de todas essas variações, os SRDs também possuem uma série de apelidos carinhosos.

“Temos tantos tipos de vira-latas, que é difícil citar todos. Alguns muito populares são os gatos sialatas, persalatas e angolatas. Já entre os cães, apelidos que fazem sucesso são street dog, dog lata, misturalata e o mais famoso de todos: caramelo”, comenta a médica-veterinária do Grupo Afrovet, que é especializada em clínica geral e Medicina Veterinária do coletivo, Maria da Gloria Alves Cunha.

Os preferidos

A presidente da ONG Anjos e Protetores, que atua no resgate de animais abandonados e vítimas de maus-tratos, Rita Passonato, conta que os SRDs mais procurados são as fêmeas filhotes.

“Já os que mais fazem sucesso são os que possuem pelagem branca, malhada e os caramelos”, cita.

Por outro lado, segundo ela, infelizmente, os cães e gatos pretos são os mais difíceis de conseguirem adotantes.

A mistura que os tornam únicos

A médica-veterinária do Grupo Afrovet afirma que uma grande vantagem dos SRDs é, justamente, a mistura de raças, responsável por diminuir a predisposição a doenças genéticas.

“Mesmo assim, não podemos afirmar que eles não terão alterações clinicas compatíveis com cães e gatos raça. Isso porque as doenças podem se desenvolver a partir da raça mais forte presente na genética do animal”, ressalta.

Essa mistura também os torna uma caixinha de surpresas no quesito porte. A profissional relata que, como geralmente não se sabe a origem dos pais do filhote, não é possível definir com certeza qual será o seu tamanho quando adulto.

“Para tentar ter uma previsão pode-se observar algumas características, como tamanho das patas, da cabeça e do corpo”, aconselha.

Já com relação a personalidade, de acordo com Maria, tudo depende da vivência prévia do SRD.

“Cães que já viveram ou vivem nas ruas tendem a ser atentos e protetores com quem amam. Alguns são líderes natos, outros são espertos e conquistam o coração de todos”, pontua.

Além disso, segundo a médica-veterinária, os SRDs são agradáveis, espertos, amigáveis e eternamente agradecidos e amorosos a seu protetor.

A força dos sem raça definida

Durante os mais de 10 anos da ONG Anjos e Protetores Rita relata que presenciou muitas histórias de cães e gatos SRD, considerados verdadeiros guerreiros. Uma delas a marcou.

“Certa vez resgatei oito filhotes de cães em uma mata fechada. Nós levamos cerca de uma semana para conseguir capturar todos e quando conseguimos foi uma grande alegria. Porém, essa alegria durou pouco, logo os animais foram diagnosticados com Cinomose. Desses, sete infelizmente faleceram e um se salvou”, relembra.

Contudo, essa história não termina triste. A presidente da organização lembra que adotou esse filhote sobrevivente, mas teve uma surpresa logo depois.

“Um dos cães tinha desaparecido na mata durante o resgate. Cerca de cinco meses depois o encontrei com sequelas da doença. Fiz o resgate e hoje os dois irmãos vivem comigo”, afirma.

Adotar é um ato de amor

Infelizmente ainda existe um número expressivo de cães e gatos SRD vivendo nas ruas. Uma das formas de ajudá-los é através da adoção.

“Há tantos animais abandonados nas ruas, que procriam indiscriminadamente. Quando os adotamos estamos ajudando a controlar o aumento destes pequenos em situação de abandono e reduzir o seu sofrimento”, ressalta a médica-veterinária.

No entanto, ela pontua que antes de decidir pela adoção é preciso se lembrar que essa é uma grande responsabilidade.

“É necessário analisar qual será o tempo dedicado ao animal, entender a personalidade diferente dos cães e gatos e também avaliar o espaço físico que se tem em casa”, exemplifica.

Se mesmo assim a escolha for pela adoção, Maria da Gloria finaliza dizendo que um SRD adotado é benéfico para mente e alma, ocupando um espaço verdadeiro na vida dos seus tutores.

Fonte: Cães&Gatos

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