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Dia do Respeito às Galinhas lembra matança de bilhões de animais

6 de maio de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

Na segunda-feira (4), o Dia Internacional do Respeito às Galinhas, uma data pouco conhecida, lembrou a violência por trás da exploração e consumo de galinhas e frangos.

Em várias partes do mundo, ativistas em defesa dos direitos animais clamaram por respeito a essas aves que são as maiores vítimas terrestres da humanidade com fins de consumo.

5,81 bilhões de frangos mortos só no Brasil

Segundo a organização United Poultry Concerns (UPC), que desenvolve estudos e pesquisas sobre a realidade dos galináceos, até 50 bilhões de frangos e galinhas são mortos no mundo todo a cada ano. Isso equivale a mais de seis vezes a população humana mundial.

Parece difícil imaginar que 5,81 bilhões de frangos, com idade de 40 a 45 dias, foram encaminhados aos matadouros brasileiros só em 2019. Chegamos a esse número calculando os dados trimestrais fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Galinhas poedeiras também vivem pouco

Esta não é a realidade somente dos frangos, mas também das galinhas poedeiras, que são mortas assim que o declínio na produção de ovos passa a ser considerado desinteressante para o mercado.

Ademais, também podem ser mortas por outros fatores, como custo considerado elevado em decorrência do desenvolvimento de doenças que sugiram nesse contexto de produção ou comportamento qualificado como “excessivamente indisciplinado”.

Normalmente, uma galinha pode viver por pelo menos dez anos, mas no sistema industrial a sua expectativa de vida é de um a dois anos. Além disso, uma prática ainda muito comum na indústria de ovos e pouco conhecida pela maioria da população é a trituração de até sete bilhões de pintinhos machos vivos no mundo todo.

Eles são considerados indesejados tanto por uma condição biológica óbvia, que a impossibilidade de botar ovos, como também por não terem genética adequada para se tornarem rentáveis na indústria da carne, já que se desenvolvem lentamente.

Aves resistem a morrer

Gisiele dos Santos Barbosa atuou por cerca de dois anos na linha de morte de uma avícola no Noroeste do Paraná. O seu trabalho consistia em degolar aves penduradas com a cabeça para baixo em uma nória mecânica – equipamento que permite que os animais sejam mortos em série.

A empresa onde Gisiele trabalhava já matava centenas de milhares de frangos por dia, e saber que a cada segundo o número de vidas diminuía e o número de mortes subia diante de seus olhos não parecia saudável.

Ela conta que às vezes, o que na realidade não era muito raro, as aves chegavam na zona de sangria ainda se debatendo, resistindo a morrer.

Quem gostaria de ser reduzido a pedaços de carne?

“Os frangos recebiam o choque [eletronarcose] pra diminuir a resistência e a contração muscular. Diziam que fazia o animal sofrer menos, mas se olhasse pra eles, você percebia que ainda sentiam alguma coisa. Acho que o corpo, já fraco pelo choque, não falava tanto quanto o que a gente conseguia enxergar olhando bem pra eles.”

Todos nós já encontramos algum caminhão na estrada ou no perímetro urbano transportando esses animais em caixas plásticas. É normal serem vistos quando estão sendo levados para o matadouro.

Nessas situações, podemos notar algumas penas se movendo, um olhar curioso em direção à estrada ou um bico atravessando as fendas da caixa. Mas quantas pessoas consideram que frangos e galinhas, que normalmente passam a vida toda confinados, não gostariam de morrer para tornarem-se produtos expostos em bandejas e vitrines de açougues?

Produção de frango também contribui com o desmatamento

Uma recente pesquisa do Greenpeace, que foi destaque no jornal britânico The Independent, revelou como a produção de frango tem contribuído com o desmatamento em países como Brasil, Argentina e Paraguai.

O estudo do Greenpeace destaca que os frangos no Reino Unido são alimentados com soja proveniente de áreas onde florestas nativas forram derrubadas, assim também prejudicando a vida silvestre.

Um trecho da floresta é destruído todos os anos para cultivar soja, que é usada para alimentar aves no Reino Unido e no resto do mundo, segundo o relatório da entidade. A terra utilizada inclui a savana com maior biodiversidade do mundo, o cerrado brasileiro.


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