A maternidade não é uma condição exclusiva dos humanos. Animais explorados para consumo também se reproduzem e constroem famílias. O laço de afeto existente entre uma mulher e seu bebê não é diferente do carinho que um animal sente por seu filhote.
Os comportamentos de cada mãe com seu filho, tratando-se de famílias compostas por humanos ou animais, se diferenciam, mas o amor sempre existe. Por isso, neste Dia das Mães, a reflexão que fica é: por que a sociedade passa por cima desse afeto, condenando milhares de animais ao sofrimento ao separar famílias apenas para fabricar produtos repletos de crueldade, como carnes, leite, ovos e derivados?
Vídeos de vacas sendo separadas de seus filhotes deixam claro o sofrimento psicológico ao qual esses animais são submetidos. Imagens obtidas durante investigação feita pela Mercy For Animals mostram uma porca em uma fazenda cooperada da Aurora, em Xanxerê, Santa Catarina, em completo desespero ao ver seu filhote ser castrado sem anestesia, suportando forte dor (leia mais sobre esse caso clicando aqui). Esses registros também são mais uma prova do amor e do sofrimento vivenciado pelas mães no mundo animal.
E o que impede esses mães de viverem vidas dignas e felizes ao lado de seus filhotes é justamente a barreira que os humanos construíram. Um muro foi criado pelas pessoas para que elas possam impedir a si mesmas de ver a realidade dos animais. Essa obstrução existe para que quem consome produtos de origem animal consiga seguir fingindo que não há sofrimento, dor, matança, exploração e tortura por trás de um pedaço de carne ou de um copo de leite, por exemplo.
Essa barreira, no entanto, afasta o ser humano do melhor que ele pode ser. Retira dele a compaixão, a empatia e o afeto por seres inocentes, que não fazem mal algum a ninguém e que querem viver, mas não podem desfrutar dessa vontade porque terminam sempre nos matadouros.
Uma porca rolando na lama, uma égua pastando tranquilamente, filhotes de uma porca mamando na mãe, animais correndo e brincando livremente, pintinhos se aconchegando nas galinhas. Cenas como essas, que poderiam ser mais comuns se a exploração animal não existisse, demonstram o desejo que um desses seres tem de viver. Por que, então, os humanos seguem impedindo-os?
Opções vegetais para a alimentação humana existem aos montes. Além disso, são mais saudáveis do que os produtos de origem animal. Comidas saborosas, nutritivas, que dão prazer ao serem consumidas, tanto pelo sabor, quanto pela certeza de que quem as consome está nutrindo seu corpo com vida, sem explorar e matar inocentes. Desde vegetais como batatas, brócolis, grão de bico, arroz e feijão, até pratos veganos mais elaborados, como pizzas, bolos, tortas, salgadinhos, pastéis, milkshakes com leites vegetais, entre tantos outros, vendidos em lojas ou facilmente feitos em casa, com receitas disponibilizadas na internet.
Com tantas possibilidades, por que, então, tantos preferem continuar separando mães de seus filhos? Por que nesta quarentena de combate ao coronavírus, essas pessoas lamentam a separação forçada de suas mães, que os impede de sentar à mesa juntos neste domingo (10), no qual o Dia das Mães é celebrado, e ao mesmo tempo se alimentam de produtos que impedem mães do mundo animal de exercer a maternidade? Qual é a vantagem de trocar produtos vegetais por carnes, queijos, ovos e mel? O paladar não pode ser a resposta, já que alimentos de origem vegetal também são gostosos. A saúde, tampouco, já que estudos revelaram a relação clara entre o consumo de produtos de origem animal e diversas doenças, inclusive o câncer. A defesa ao meio ambiente, menos ainda, já que a agropecuária devasta a natureza.
Logo, conclui-se que não há qualquer vantagem ou justificativa. Não existe motivo para perpetuar o sofrimento animal, enquanto se destrói a natureza e adoece a si mesmo. Por isso, neste Dias das Mães, fica o pedido: deixe de ser o responsável por uma dor que você não gostaria de sentir, que você não desejaria para a sua mãe, mas que acomete milhares de fêmeas exploradas pela indústria.