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Dia da Terra: por que a extinção das abelhas pode provocar o caos no planeta?

Esses minúsculos polinizadores são essenciais para outras espécies, inclusive para os seres humanos. Portanto, a ausência das abelhas no meio ambiente teria efeitos catastróficos.

22 de abril de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

As abelhas são um dos maiores polinizadores do planeta e a polinização é essencial, pois “sustenta a produção de mais de 75% das culturas do mundo, como frutas, legumes, nozes e sementes”, observa a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Esses insetos contribuem para a segurança alimentar do mundo, ajudando a fornecer alimentos de alta qualidade, como mel, geléia real e pólen, cera e própolis. A apicultura (criação de abelhas para obter seus produtos), por sua vez, é uma fonte de trabalho para milhares de pessoas, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Apesar de sua importância, as populações de abelhas estão diminuindo em todo o mundo como resultado da perda de habitatpráticas agrícolas intensivasmudanças nos padrões climáticos e uso excessivo de agroquímicos, como pesticidas, acrescenta a organização internacional.

Uma boa ocasião para aprender mais sobre as abelhas e sua importância é o Dia da Terracomemorado todos os anos em 22 de abril. Nessa data, descubra por que sua extinção pode ter um efeito cascata difícil de medir.

O que aconteceria se todas as abelhas fossem extintas?

Se todas as abelhas do mundo desaparecessem, os ecossistemas sofreriam graves consequências. Algumas plantas, como muitas orquídeas, são polinizadas exclusivamente por abelhas específicas e morreriam sem intervenção humana”, alerta um artigo da Encyclopedia Britannica (uma prestigiosa fonte de conhecimentos gerais com base no Reino Unido).

“Isso alteraria a composição dos habitats e afetaria as redes alimentares das quais as orquídeas fazem parte, provavelmente desencadeando outras extinções ou declínios de organismos dependentes”, completa a fonte.

Os acontecimentos se dariam em cadeia: plantas que também são polinizadas por outros seres vivos produziriam menos sementes e teriam menor sucesso reprodutivo, fato que também alteraria os ecossistemas. “Além das plantas, muitos animais perderiam suas presas, o que também afetaria os sistemas naturais e as redes alimentares”, acrescenta a plataforma.

Por que a extinção das abelhas pode afetar a disponibilidade de alimentos?

Além disso, como as abelhas polinizam inúmeras espécies de plantas produtoras de alimentos, sua extinção afetaria os sistemas alimentares, avalia a Britannica. Isso porque, embora a alimentação humana depende em grande parte dos cereais (que são polinizados pelo vento), diversas frutas e legumes se reproduzem, por sua vez, através da ação de insetos e sem as abelhas não poderiam ser cultivados em grande escala, ou de forma tão barata.

“Os mirtilos e as cerejas, por exemplo, dependem das abelhas para até 90% de sua polinização. Embora a polinização manual seja uma possibilidade para a maioria dos cultivos de frutas e vegetais, ela é trabalhosa e cara”, exemplifica a enciclopédia. Em outras palavras, a ausência de abelhas afetaria a disponibilidade e a diversidade de produtos frescos e “a nutrição humana provavelmente sofreria”.

Coincidentemente, a FAO adverte que, se as populações de abelhas continuarem a diminuir, as culturas nutritivas – como frutas, nozes e vários vegetais – serão substituídas por culturas básicas, como arroz, milho e batata, resultando em uma dieta desequilibrada.

Também é importante ressaltar que a ausência dessas polinizadoras acabaria com o café, as maçãsas amêndoas, os tomates e o cacau – só para citar apenas algumas das culturas que dependem da polinização”.

Portanto, “as culturas que não fossem lucrativas para a polinização manual ou robótica provavelmente se perderiam ou persistiriam apenas com a dedicação de amadores humanos”.

Em última análise, o fim das abelhas levaria a uma transformação da agricultura, da disponibilidade de alimentos e ao desaparecimento de espécies. Portanto, é importante fortalecer as medidas para protegê-las, enfatiza o PNUMA.

Fonte: National Geographic Brasil

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