EnglishEspañolPortuguês

ACIDENTE

Dezenas de porcos morrem carbonizados em acidente com caminhão

Superlotada de porcos transportados amontoados uns sob os outros, em condições degradantes que são padrão da agropecuária, a carreta transportava 208 animais

26 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Arquivo Pessoal

Dezenas de porcos morreram carbonizados em um acidente entre um carro e o caminhão que fazia o transporte dos animais. Explorados para consumo humano, eles agonizaram até a morte após a carreta pegar fogo.

O acidente aconteceu na noite da última segunda-feira (25), no quilômetro 311 da Rodovia Raposo Tavares, em um trecho que passa pela cidade de Piraju, no interior do estado de São Paulo.

Após os veículos pegarem fogo, o Corpo de Bombeiros foi acionado e enviou uma equipe ao local. De acordo com os militares, o carro envolvido no acidente invadiu a pista contrária e bateu de frente com o caminhão que transportava os porcos.

O impacto da batida fez com que os veículos pegassem fogo imediatamente. Superlotada de porcos transportados amontoados uns sob os outros, em condições degradantes que são padrão da agropecuária, a carreta transportava 208 animais. Pelo menos 30 morreram queimados.

Apesar da gravidade do acidente, o caminhoneiro saiu ileso. Já o motorista do carro, que não foi identificado, morreu carbonizado. O corpo do homem foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).

Crueldade é padrão da agropecuária

O transporte cruel de animais, independentemente da espécie, é uma prática institucionalizada nas indústrias que os exploram para consumo humano. E sequer é escondida – como acontece com a maior parte dos horrores da agropecuária -, basta ter o azar de transitar pelas estradas no mesmo momento em que os caminhões que levam os animais para o matadouro para comprovar os maus-tratos.

As aves (galinhas e frangos) são confinadas aos montes em pequenas caixas. Em cada caixote, dezenas delas são colocadas, amontoadas umas sob as outras, sentindo dores e até sofrendo ferimentos. Porcos, bois e vacas também são transportados amontoados, em um espaço reduzido. Todos eles são forçados a suportar os próprios excrementos durante o transporte, além das condições climáticas. Nenhum consegue se deitar e descansar e pisoteamentos são comuns por conta das condições em que são transportados. Ferimentos ocasionados por freadas bruscas dos caminhões também são comuns.

Além disso, no caso da vida miserável vivida pelos bezerros, o que é ofertado a bebês inocentes e dóceis é medo, agonia, dor, desespero e sofrimento. Os destinos desses pequenos e frágeis animais são: a engorda para serem mortos dentro de meses ou, no máximo, pouco mais de um ano depois do nascimento; o aprisionamento em celas minúsculas para a produção de carne de vitela – neste caso, o bezerro passa meses preso, sem espaço para se locomover livremente, muitas vezes sem acesso à luz do dia, recebendo dieta pobre em nutrientes, para que não fortaleça seus músculos e dê origem a uma carne macia; ou os rodeios que os exploram para entretenimento humano, submetendo-os a práticas dolorosas como a prova do laço, na qual os bebês são laçados pelo pescoço, podendo sofrer lesões graves.

Você viu?

Ir para o topo