Por Patricia Tai (da Redação)
A história a seguir é a tradução de um relato de Ed Kostro, de Illinois (EUA), a respeito de uma cachorra encontrada abandonada e literalmente congelada, no ano passado, e que foi resgatada por ele.
Esse ano começou com uma nota muito triste – outro telefonema a respeito de um cão magro que fora aparentemente abandonado em um grande parque da cidade. “Ela parece realmente triste, sozinha e assustada. Você tem tempo para ir até lá?”, perguntaram ao telefone. Como eu poderia recusar? “Eu estarei lá”, disse.
Quando cheguei ao local, a cena imediatamente partiu meu coração. Ela estava desamparada, sentada em um campo de beisebol coberto de neve, tremendo incontrolavelmente, e tão triste quanto vê-la foi perceber inúmeras pessoas ao redor passeando felizes com seus cães, alheias à ela.
As pessoas que me avisaram sobre ela disseram que quando a viram pela primeira vez, ela corria freneticamente por todo o parque, como se estivesse procurando alguém. Agora, ela simplesmente estava sentada lá, como se tivesse desistido.
Eu me aproximei dela devagar, e ela não moveu nenhum músculo. Então eu me ajoelhei e afaguei sua cabeça suavemente. E então, ela olhou tristemente nos meus olhos com o par de olhos caninos mais tristes que eu já vi em toda a minha vida. Definitivamente foi abandonada aqui por alguém, pensei comigo mesmo.
Ela não conseguia sequer se mover
Ela não reagiu ou tentou fugir quando coloquei uma guia em volta de seu pescoço. Foi quando vi o estado terrível em que ela se encontrava. Seu pelo estava extremamente emaranhado e sujo, e com montes de fezes congeladas grudadas em suas costas e próximas à sua cauda, de modo que ela não conseguia nem mover as pernas.
Quando eu a levava, muitas pessoas me perguntaram o que eu faria com ela. “Essa pobre garota realmente precisa de cuidados e de um banho”, respondi. E logo ela e eu estávamos a caminho da minha clínica veterinária. Enquanto eu dirigia, ela rapidamente se arrastou para o meu colo procurando algum calor, e finalmente parou de tremer.
No consultório, os funcionários a viram e disseram : “Pobre pequena! Ela definitivamente passou por um período difícil. Como você irá chamá-la?”. Eu logo respondi: “Little Pooh”.
Ela não tinha nenhuma coleira, nem placas ou micro chips. Cães rejeitados geralmente não têm; e, é claro, ela não estava castrada. Eu passei muitos dias tentando descobrir se alguém estaria procurando por ela. É óbvio, ninguém estava.
Little Pooh passou a semana seguinte no hospital veterinário sendo cuidada, alimentada, tosada, vacinada e castrada. Quando minha esposa e eu fomos buscá-la, eu nem a reconheci: parecia completamente diferente e muito mais feliz que na primeira vez que a vi no parque.
No caminho para casa, Little Pooh agarrou-se ao peito de minha esposa e lhe deu muito carinho. Quando chegamos em casa, nossos outros cães órfãos resgatados imediatamente se afeiçoaram a ela, e ela a eles, e logo estavam todos saltitando juntos no jardim.
Uma vizinha que já tinha ouvido falar dela e veio conhecê-la, ficou encantada quando a viu. “Oh, meu Deus, uma pequena Poodle! Minha melhor amiga e seu marido recentemente perderam o seu amado Poodle de 16 anos, e estão querendo adotar outro!”, disse ela.
Rapidamente, os amigos da minha vizinha chegaram à nossa casa, e foi amor à primeira vista. Ela conseguiu um novo, amoroso lar.
A história de Little Pooh está publicada no site da Animal Rescue Chase, e vem acompanhada da frase:
“Compaixão é a capacidade de sentir o que é viver na pele do outro;
E é o conhecimento de que nunca pode haver nenhuma paz e alegria para mim,
se não houver paz e alegria para o outro também”.
(Frederick Buechner)