Embora aparentassem estar bem alimentados, os cães viviam em local inadequado, sem espaço para se locomoverem livremente, em meio a fezes e objetos que poderiam lhes causar ferimentos e problemas de saúde.
Dezenas de cachorros foram encontrados amontoados em pequenas gaiolas em ambiente insalubre em uma casa na cidade de Sumaré, no interior do estado de São Paulo. Da raça chihuahua, os cães eram explorados para reprodução e venda.
Morador do bairro Matão, o homem que explorava os cães, submetendo-os a maus-tratos, foi multado em R$ 144 mil. Ele responderá judicialmente pelo crime de maus-tratos a cães, com pena de até cinco anos de prisão. O infrator também poderá ser punido com até um ano de reclusão pela prática de crime ambiental, já que mantinha três jabutis em cativeiro – o que lhe gerou mais uma multa no valor de R$ 1,5 mil.
Embora aparentassem estar bem alimentados, os cães viviam em local inadequado, sem espaço para se locomoverem livremente, em meio a fezes e objetos que poderiam lhes causar ferimentos e problemas de saúde, como ferros pontiagudos, produtos químicos e plástico.
Os policiais que participaram da ocorrência relataram que o homem mantinha os cães adultos no quintal e os filhotes dentro do imóvel. Por meio de nota, a Polícia Militar Ambiental informou que o infrator “foi questionado sobre a documentação referente aos animais e autorização para criação e comércio” e que ele “respondeu possuir, porém, não apresentou”.
Além dos cachorros e dos jabutis encontrados na casa, o homem criava também uma calopsita – ave condenada a viver em gaiolas e frequentemente explorada para venda em pet shops.
Os crimes foram registrados em uma delegacia de Sumaré. No local, o infrator se negou a assinar um auto de infração ambiental após ser orientado por um advogado.
Apesar dos maus-tratos infligidos aos animais, todos foram mantidos com o homem. Segundo a polícia, os cães, os jabutis e a calopsita permanecerão sob a tutela do criador até que seja encontrado um local que possa abrigá-los.
Nota da Redação: o comércio de animais é uma prática reprovável em qualquer circunstância – havendo ou não documentação legal que autorize sua realização. Cachorros, gatos e animais de qualquer espécie são seres vivos e, por isso, não devem ser reduzidos à condição de mercadoria. As práticas de compra e venda de animais os mantêm em uma situação indigna e os objetifica. Por essa razão, enquanto houver animais sendo tratados como objetos passíveis de comércio, casos de maus-tratos existirão. Não há meios de combater a violência e a negligência impostas aos animais sem pôr fim às práticas comerciais que os exploram, já que sempre haverá um criador que maltratará os animais por tratá-los como objetos enquanto a sociedade os reduzir a essa condição.