É grande o número de cães e gatos que foram abandonados no bairro Triângulo, desde que dezenas de famílias foram remanejadas para hotéis, no mês de fevereiro, por conta de deslizamentos de barrancos na região. A maior parte desses animais foi deixada pelos moradores remanejados. De acordo com o Centro Municipal de Controle de Zoonoses, nos dias 28 e 29 março, será executada uma ação de recolhimento dos animais.
O morador Jorge Cunha, 56 anos, reclama dos problemas. “Tem muita gente que tem medo de passar por aqui e ser atacado pelos cachorros, mas os que ficam nas ruas não são agressivos”, afirmou o morador, que é tutor de dois cães. Segundo ele, alguns proprietários se preocupam em ir ao local no final da tarde para alimentar os bichos. “Quando os tutores não aparecem, a comunidade dá um jeito”, frisou. Jorge disse que os cachorros abandonados ficam grande parte do tempo nas margens do rio Madeira.
Tutora de uma gata, a moradora Diulvana da Silva sente muito pelos animais abandonados. Segundo ela, aumentou muito o número de cães e gatos. “O bairro sempre teve animais, só que depois do remanejamento das famílias a situação piorou. Teve gente que abandonou sete gatos”, diz. E completa: “Eles precisam urgentemente de um lar, estão carentes dos tutores”.
O comerciante Gevaso Ribeiro, que atualmente reside no hotel Iarupuana, lamenta a situação. Mesmo sem ter animais, ele alimenta os cães e gatos abandonados do Triângulo. “Costumo dar o resto da comida que sobra da gente para os bichinhos. Fica difícil o tutor vir deixar alimentação todos os dias por causa da dificuldade de transporte. Muitos deles ficam uivando à noite pela falta dos tutores. É uma tristeza só”, disse. Gevaso revelou que muitos cachorros estão presos dentro das casas abandonadas, estressados, e essa é umas das queixas da esposa de Gevaso, Maria Silva. “Tem muito briga de cachorro aqui”, contou.
Conforme o diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Rodrigo Antônio Rolim, na ação dos dias 28 e 29 de março, a equipe da Zoonose pretende capturar o máximo possível de cães e gatos abandonados. Já os animais presos dentro das casas abandonadas ficarão sob a responsabilidade da Polícia Ambiental. O diretor explica que os interessados poderão resgatar seus animais: “Se algum tutor tiver interesse, terá que entrar em contato com o Centro. Mas é preciso que os tutores reservem um espaço físico adequado para seu animal, consultem o veterinário a cada seis meses, vacinem e higienizem a cada semana”, orientou.
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Fonte: Diário da Amazônia