Por Augusta Scheer (da Redação)
“Foi um dia triste nas Ilhas Faroé”, afirma Ross McCall, integrante da organização Sea Shepherd, em referência à sangrenta caça de baleias-piloto que aconteceu essa semana no Atlântico Norte. Apesar das críticas dessa e de outras organizações defensoras da fauna marinha, os nativos das Ilhas Faroé argumentam que a caçada faz parte da tradição local há séculos. O evento acontece anualmente no arquipélago, território dinamarquês que fica próximo ao Mar da Noruega. As informações são da International Business Times.
A ONG Sea Shepherd, que vem alertando contra o evento desde a década de 1980, registrou em fotos e vídeos a caçada dessa segunda-feira, para chamar atenção para as mortes cruéis e desnecessárias das baleias-piloto. Segundo a organização, 22 baleias foram mortas pelos caçadores, que abriram suas carcaças no cais do porto. “Ver as baleias sendo levantadas com guindastes até o cais, o sangue jorrando das feridas que causaram sua morte… documentar esses eventos trágicos é de grande importância,” diz McCall. A organização afirma que 154 baleias foram mortas no mês de junho em uma outra caçada que aconteceu próximo às Ilhas.
Conhecido entre os locais pelo nome “grindadráp”, ou “moagem”, o ritual anual de caça às baleias não tem fins lucrativos. Geralmente, os locais comem a carne e a gordura das baleias-piloto, apesar dos alertas governamentais sobre altos níveis de mercúrio e outros metais pesados presentes na carne. A carcaça é dividida entre moradores dos vilarejos locais e geralmente é cozida, desidratada ou grelhada, segundo o National Geographic.
As baleias-piloto não são consideradas espécie ameaçada, mas grupos defensores de animais argumentam que as informações acerca da população desses animais são inconclusivas.
A caçada vem sido bastante criticada por essas organizações, que consideram a prática bárbara. Estimam que pelo menos 1.100 baleias e golfinhos são conduzidos às baías do arquipélago para ser mortos com facas. A temporada de caça desse ano começou em maio, e Sea Shepherd estima que dezenas de animais já foram mortos.
Durante as caçadas, pescadores em pequenos barcos conduzem as baleias e golfinhos às baías, levando-os a águas mais rasas e praias onde moradores locais os esperam com ganchos e facas. Os animais são mortos com cortes no pescoço e medula espinhal.