Dez bois explorados para consumo humano morreram no último domingo (3) após o caminhão que os transportava tombar na BR-365, em um trecho da rodovia que passa pelo município de Patrocínio, no Alto Paranaíba, em Minas Gerais. No dia, a pista foi parcialmente fechada por conta do acidente.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a carreta tombou durante a madrugada. O motorista do veículo disse ter jogado o caminhão para fora da pista por conta de um outro veículo que vinha na contramão enquanto fazia uma ultrapassagem. Ele teria perdido o controle da direção quando uma das rodas entrou na canaleta da rodovia. Após o tombamento, o caminhão ficou escorado em um barranco ao lado da rodovia.
No momento do acidente, o compartimento no qual os bois são transportados não se abriu, o que impediu que eles tentassem fugir para se livrar daquela situação de extremo estresse. Amontoados em condições degradantes, pelo menos 10 deles morreram em decorrência de ferimentos sofridos.
O motorista não sofreu nenhum tipo de lesão, tendo sido registrados apenas machucados nos animais, que eram transportados de Fronteira, no Triângulo Mineiro, para Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, ambos municípios situados em Minas Gerais.
A retirada dos corpos dos animais mortos, dos bois sobreviventes – que continuarão a ser explorados para consumo humano – e do caminhão foi finalizada na manhã de domingo. A pista ficou parcialmente fechada até a conclusão dos trabalhos.
Objetificados, torturados e mortos
Os animais explorados para consumo humano são submetidos a extremo sofrimento. Maltratados, torturados e covardemente mortos, eles são vítimas da gula e da ganância. Criados para serem mortos, vivem muito menos do que viveriam se não fossem condenados à morte.
No caso dos bois, a indústria, que os vê como mercadorias lucrativas, os queima com ferro quente para identificá-los, os eletrocuta com picanas elétricas para guiá-los de maneira forçada, e os mata precocemente. Após serem queimados e eletrocutados – procedimentos dolorosos que causam sofrimento físico e psicológico -, eles são amontoados em caminhões superlotados.
Em meio aos próprios excrementos e sem espaço para deitar e descansar, eles viajam por horas. Sofrem com a privação de água e alimento, além de suportarem as condições climáticas sem qualquer abrigo. Quando o tormento do transporte chega ao fim, sem que acidentes ocorram, inicia-se a tortura da morte. Em caso de acidentes, os bois são deixados à própria sorte. Veterinários não são acionados e eles agonizam até perderem a vida. Os que sobrevivem são levados de volta ao matadouro.
