Uma doença rara e altamente letal tem preocupado tutores de cães no Reino Unido: a podridão do Alabama, também chamada de vasculopatia glomerular cutânea e renal (VRCR). A enfermidade, que apresenta taxa de mortalidade de cerca de 90%, vem registrando aumento de casos no país, com maior incidência entre novembro e maio, afetando principalmente cães que passeiam em áreas arborizadas, úmidas e lamacentas.
O que é a podridão do Alabama e por que é tão letal
A podridão do Alabama é uma doença que afeta os vasos sanguíneos dos cães, causando feridas na pele e potencial insuficiência renal. Os veterinários acreditam que a doença pode ser causada por uma bactéria ou uma toxina, embora sua origem exata ainda seja desconhecida.
O nome “podridão do Alabama” deriva do local onde os primeiros casos foram identificados, nos Estados Unidos. A taxa de mortalidade de 90% torna esta doença particularmente assustadora para tutores, já que há poucos tratamentos eficazes disponíveis uma vez que o animal é infectado.
Joshua Walker, médico chefe em medicina interna da clínica Anderson Moores Veterinary Specialist, afirma que as pesquisas atuais são promissoras e indicam que no futuro será possível identificar uma causa definitiva para a doença, o que permitiria desenvolver testes mais precisos e tratamentos específicos.
Sintomas que todo tutor de cães deve conhecer
Os principais sintomas incluem:
- Feridas na pele, principalmente abaixo do joelho ou cotovelo, e às vezes no rosto ou abdômen
- Inchaço visível e manchas vermelhas não relacionadas a lesões conhecidas
- Perda de apetite e aumento da ingestão de líquidos
- Letargia e mudanças comportamentais súbitas
- Vômitos e sinais de desconforto
É importante ressaltar que a maioria das feridas cutâneas não está relacionada à podridão do Alabama, assim como a maioria dos casos de insuficiência renal tem outras causas. No entanto, a combinação desses sintomas, especialmente após passeios em áreas de risco, deve acender um alerta.
Relatos de tutores que perderam seus cães para a doença
Hannah Povey perdeu sua cocker spaniel Betsy, de dois anos, para a doença. Segundo ela, a cadela era muito enérgica, mas começou a mancar, perdeu o apetite e apresentou uma ferida na pata poucos dias antes de sua morte. “Acho que durante todo esse tempo tivemos a esperança de que ela voltaria para casa”, relatou Hannah.
Outro caso é o de Shaun Reynolds, que perdeu Willow, uma whippet de quatro anos e meio. “Ela acordou na segunda-feira de manhã mancando, não conseguia apoiar o peso na perna”, conta. “Então apareceu uma ferida na pele e, alguns dias depois, ela ficou doente e letárgica”. Reynolds descreve como chocante ver a rápida deterioração do estado de saúde da cadela.
“Eu não desejaria que ninguém passasse pelo que passamos. Não desejaria isso nem para o meu pior inimigo”, desabafa um dos tutores afetados pela doença.
O que fazer se suspeitar que seu cão está infectado
A rápida intervenção é crucial, e embora a taxa de sobrevivência seja baixa, alguns cães conseguem se recuperar com tratamento intensivo. David Bennett, do grupo de tutores de cães de New Forest, relatou que seu cachorro Topaz foi um dos sobreviventes após tratamento veterinário especializado.
Após passeios em áreas de risco, uma boa prática é lavar e secar bem as patas do animal, verificando se há qualquer sinal de feridas ou irritações. O monitoramento constante do comportamento e apetite do cão também pode ajudar a identificar problemas precocemente.
No Brasil:
Embora a podridão do Alabama não tenha registros no Brasil, os tutores brasileiros também precisam ficar atentos: diversas doenças contagiosas podem ser transmitidas durante passeios, especialmente em locais com presença de outros animais, água parada, lama ou áreas arborizadas. Entre elas estão leptospirose, cinomose, parvovirose, giárdia e até algumas zoonoses. A melhor forma de prevenção continua sendo manter o calendário de vacinação em dia, garantindo proteção contra a maioria dessas doenças, além de higienizar as patas após os passeios e evitar locais de risco.
Fonte: Portal do Dog