EnglishEspañolPortuguês

CONSEQUÊNCIAS

Desmatamento reduz chuvas na Amazônia, aponta estudo

O desmatamento na Amazônia não está apenas alterando paisagens locais, mas também reduzindo significativamente as chuvas na região, segundo uma nova pesquisa publicada na revista Earth’s Future.

25 de maio de 2025
2 min. de leitura
A-
A+
Área com desmatamento em meio à floresta amazônica. Foto: Christian Braga/Greenpeace

O desmatamento na Amazônia não está apenas alterando paisagens locais, mas também reduzindo significativamente as chuvas na região, segundo uma nova pesquisa publicada na revista Earth’s Future.

O estudo revela que áreas extensivamente desmatadas experimentaram uma queda de até 30% na precipitação anual nas últimas duas décadas, com impactos potencialmente graves para ecossistemas e comunidades que dependem desses recursos hídricos.

Conexão entre floresta e chuva

A Amazônia desempenha um papel crucial na regulação do clima, liberando umidade na atmosfera por meio da evapotranspiração — processo em que as árvores liberam vapor d’água. Essa umidade é transportada por correntes de ar, formando “rios voadores” que alimentam chuvas em outras partes do Brasil e da América do Sul. Com a perda de vegetação, esse ciclo está sendo interrompido.

Usando dados de satélite e modelos climáticos, os pesquisadores compararam áreas preservadas com regiões desmatadas e constataram que, quanto maior a destruição da floresta, maior a redução nas chuvas. Em algumas áreas convertidas para agricultura ou pastagem, a diminuição chegou a 0,6 mm por dia durante a estação seca.

Impactos em cadeia

A redução das chuvas pode acelerar ainda mais o declínio da floresta, criando um ciclo vicioso. Menos umidade significa maior risco de incêndios florestais e estresse para a vegetação remanescente, tornando-a mais vulnerável a secas prolongadas.

Além disso, a agricultura e o abastecimento de água para cidades podem ser afetados, com reflexos econômicos e sociais.

“Se o desmatamento continuar nesse ritmo, partes da Amazônia podem atingir um ponto de não retorno, transformando-se em savana”, alerta um dos autores do estudo.

Chamado para ação

Os pesquisadores enfatizam a urgência de políticas de conservação e reflorestamento para reverter a tendência. A proteção da Amazônia, destacam, não é apenas uma questão ambiental, mas também de segurança hídrica e climática para todo o continente.

Fonte: EcoDebate

    Você viu?

    Ir para o topo