Dados divulgado no último dia 18 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstram que o desmatamento na Amazônia está totalmente fora de controle. Em apenas 12 meses foram derrubados 9.762 km2 de florestas na região, segundo dados do Prodes (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite).
A cifra é a maior desde 2008 (com 12,3 mil km2), quando a economia do país ainda crescia a ritmo acelerado (5,2% a.a.), em razão da valorização das commodities. À época, alarmado com os números e pressionado pela sociedade, o Governo Federal adotou uma série de medidas, como aumento na fiscalização e restrição de crédito rural a municípios críticos, que redundaram numa queda acentuada no desmatamento já no ano seguinte.
Uma das razões que explicam esse número astronômico é o afrouxamento da fiscalização – desde 2000 o Ibama não aplicava um número tão baixo de multas por desmatamento – e as diversas promessas feitas pelo Governo Bolsonaro de extinguir áreas protegidas, liberar garimpo em terras indígenas e facilitar a grilagem de terras públicas, o que vem causando o aumento de invasões em áreas públicas e do desmatamento em desconformidade com o Código Florestal em áreas privadas.
Os resultados confirmados pelos dados divulgados Prodes devem servir de alerta a toda a comunidade internacional e a todos os cidadãos brasileiros, pois a destruição da Amazônia representa sérios riscos para o planeta e para o Brasil.
O impacto da depredação desmedida tem avançado sobre áreas protegidas, terras indígenas e territórios de comunidades tradicionais. Para proteger suas casas, os povos da floresta têm montado esquadrões de vigilância e proteção de suas fronteiras, os chamados Guardiões da Floresta.
Os conflitos têm se acirrado e essas equipes de vigilância estão sob intenso ataque. Há menos de duas semanas, no dia 1º de novembro, um jovem líder indígena, Paulo Paulino Guajajara, foi assassinado em confronto com fazendeiros na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão.
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