A destruição de áreas de floresta na Amazônia continua apresentando índices alarmantes. No período de agosto de 2018 a julho de 2021, o desmatamento no bioma aumentou 56,6% em relação ao mesmo período em anos anteriores. O Pará segue como o estado que possui as áreas mais críticas de desmatamento desde 2017. O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), publicado na última quarta-feira (2).
Para o Ipam, o avanço do desmatamento na Amazônia ficou mais evidente a partir da gestão do presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018, por meio do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, falta de punição a crimes ambientais e redução significativa de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região.
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Dos territórios afetados, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas, considerando a proporção territorial, com alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km².
No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma, explicam os pesquisadores.
“Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, declara Ane Alencar, diretora de ciência no IPAM e principal autora do estudo.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/Y/W/dzbjuEQhA4dqcFrmS5Wg/foto02-121530223-3c3a76e3-43fa-45f0-8a60-4641752b173f.jpg)
O Ipam recomenda que sejam elaboradas estratégias regionais robustas integradas aos planos estaduais de prevenção e controle do desmatamento. Além disso, os pesquisadores reforçam que é preciso priorizar as investigações sobre crimes ambientais.
Sobre a situação do Pará, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), informa que 70% das áreas estado são de responsabilidade do governo federal e que, em territórios de competência estadual, foram realizadas operações de combate ao avanço do desmatamento.
O g1 procurou o Ministério do Meio Ambiente(MMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria Especial de Comunicação Social do Planalto, mas não obteve retorno.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/C/i/sAUUvzQsWHiGd1JGPm5A/2.jpg)
Leia abaixo a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informa que 70% das áreas do Pará são de responsabilidade do Governo Federal. O governo do Pará realizou em 2021 quase 50 operações ambientais em apoio ao Ibama e ICMBio.
Em áreas de sua responsabilidade, foram 19 ações da Operação Amazônia Viva, que reúne Polícias Civil, Militar e Científica, além do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade. Resultados da ação: redução nos índices de desmatamento nas áreas estaduais em 7 dos 12 meses de 2021. Foram 273.488,23 hectares de áreas embargadas; apreensão de 10.079,70 m³ de madeira em tora, 1.935,76m³ de madeira serrada; 6.521 unidades de estaca; 355 motosserras; 130 tratores/carregadeiras/escavadeiras; além da inutilização de 50 tratores/carregadeiras/escavadeiras, 141 Armas de fogo e 660 munições; 229 acampamentos destruídos e 62 garimpos ilegais interditados.
Fonte: G1