Entre agosto de 2023 e julho de 2024, nove de cada dez quilômetros quadrados desmatados na Amazônia foram realizados sem a devida autorização. No Cerrado, a situação é alarmante, com cinco em cada dez quilômetros desmatados também ocorrendo de forma irregular. Essas informações foram apresentadas em um levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV), que foi divulgado nesta quinta-feira (13/02).
O desmatamento ilegal representa uma grave ameaça à biodiversidade e ao equilíbrio ambiental das regiões afetadas. O ICV destaca a necessidade urgente de ações mais eficazes por parte das autoridades para coibir essas práticas e proteger os ecossistemas. O relatório ressalta que a falta de fiscalização e a impunidade são fatores que contribuem para o aumento do desmatamento.
Além disso, o estudo aponta que a degradação das florestas não apenas impacta a fauna e flora locais, mas também tem consequências diretas nas mudanças climáticas. O desmatamento na Amazônia e no Cerrado libera grandes quantidades de carbono na atmosfera, agravando o aquecimento global.
O estudo considerou dados de monitoramento do PRODES, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e cruzou com informações sobre autorizações de desmate do Sinaor e de bases estaduais. Os resultados indicam para a necessidade de fortalecimento de um sistema único de autorizações de desmatamento, o que vai ao encontro da determinação recente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, pela emissão das autorizações por meio do Sinaor.
Os dez municípios com mais registros de desmatamento não autorizado são: Novo Aripuanã (AM); Altamira (PA); Itaituba (PA); Nova Maringá (MT); Lábrea (AM); Porto Velho (RO); Apuí (AM); Colniza (MT); Portel (PA) e Santa Maria das Barreiras (PA).
Já os dez municípios com mais autorizações de desmatamento estão na Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), região formada majoritariamente pelo Cerrado. São eles: Balsas (MA); São Desidério (BA); Ponte Alta do Tocantins (TO); Rio Sono (TO); Paranã (TO); Caxias (MA); Sebastião Leal (PI); São Félix de Balsas (MA); Pium (TO) e Loreto (MA).
O levantamento verificou que somente em oito dos 16 estados compostos pela Amazônia e Cerrado há uso de sistemas de autorizações de desmatamento estaduais e do Sinaor conjuntamente.
Os estados que utilizam os dois sistemas são: Amazonas; Pará; Mato Grosso; Bahia; Minas Gerais; Goiás; São Paulo e Rondônia. Já as unidades com autorizações em formato adequado lançadas somente no Sinaor são: Acre; Piauí; Roraima; Tocantins; Mato Grosso do Sul; Paraná; Maranhão e Distrito Federal.
Fonte: 18 Horas