A cidade de São Paulo vive mais um capítulo preocupante em sua história ambiental: a derrubada de árvores autorizada pela Prefeitura em Perdizes, na Zona Oeste, gerou polêmica e revolta entre moradores e ambientalistas. A justificativa para a retirada da vegetação foi a ausência de proteção especial das árvores, mas a falta de um alvará oficial para a intervenção levantou questionamentos sobre a legalidade e a transparência do processo.
O vereador Toninho Vespoli (PSOL), conhecido por sua atuação em defesa da educação e do meio ambiente, já deu início a ações para esclarecer o caso. “Protocolei um ofício pedindo explicações formais à Prefeitura. É inaceitável que a retirada de árvores ocorra sem transparência e sem que a população seja informada. Essas ações precisam passar pelo crivo público”, afirmou Vespoli, destacando a necessidade de responsabilização.
Ver essa foto no Instagram
Impactos ambientais e urbanos
Especialistas alertam que o desmatamento em áreas urbanas agrava problemas já críticos em São Paulo, como a poluição, a escassez de áreas verdes e o aumento das temperaturas. Dados recentes mostram que a cidade perdeu cerca de 18% de sua cobertura vegetal nas últimas duas décadas, o que compromete a biodiversidade e reduz a capacidade de absorção de CO₂ pela vegetação.
Em bairros como Perdizes, onde as áreas verdes são escassas, cada árvore desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade do ar, no controle de enchentes e na mitigação das ilhas de calor. “A perda de vegetação não é apenas um problema local, mas um impacto direto na saúde ambiental da cidade como um todo. É essencial que toda remoção seja justificada, legal e, sempre que possível, compensada”, reforçou Vespoli.
Reação da população e mobilização social
Moradores da região expressaram indignação com a retirada das árvores e cobram maior fiscalização e comprometimento da gestão pública com a sustentabilidade. A falta de comunicação sobre o desmatamento e a ausência de medidas compensatórias alimentaram a desconfiança em relação às ações da Prefeitura.
Diante do cenário, Vespoli conclamou a população a se mobilizar. “A sociedade precisa estar atenta e cobrar responsabilidade. Só juntos podemos proteger o que é de todos”, disse o vereador, reforçando a importância da participação popular na defesa do meio ambiente.
Pressão imobiliária e o futuro das áreas verdes
A polêmica em Perdizes reacende o debate sobre a preservação ambiental em São Paulo, especialmente diante da crescente pressão imobiliária, que ameaça as poucas áreas verdes remanescentes na cidade. Especialistas defendem a implementação de políticas públicas mais rigorosas para a proteção desses espaços, além de maior transparência e diálogo com a população.
“Não podemos permitir que interesses econômicos prevaleçam sobre a saúde ambiental e a qualidade de vida das pessoas. É urgente que a Prefeitura adote medidas concretas para proteger nossas áreas verdes e garantir um futuro sustentável para São Paulo”, concluiu Vespoli.
Enquanto isso, a sociedade civil e organizações ambientais seguem pressionando por respostas e ações efetivas, em um esforço para evitar que novos episódios de desmatamento ocorram sem o devido controle e compensação ambiental. A questão em Perdizes serve como um alerta para a necessidade de maior responsabilidade e planejamento urbano na capital paulista.
