Os Ministérios do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia divulgaram na última 4ª feira (3/7) os dados do sistema DETER-B, operado pelo INPE, sobre o desmatamento na Amazônia e no Cerrado no 1º semestre de 2024. As notícias são boas: enquanto a devastação ambiental segue diminuindo na região amazônica, o Cerrado experimentou sua primeira queda na taxa de desmate em quatro anos.
De acordo com o DETER-B, os alertas de desmatamento caíram 15% no Cerrado entre janeiro e junho em relação ao mesmo período no ano passado, de 4.396 km2 para 3.724 km2. Em junho, houve uma redução de 24% dos alertas no bioma (662 km2, ante 875 km2). A queda não compensou a alta de 16% registrada nos últimos 11 meses (6.571 km2), mas o resultado é visto pelo governo como indício de estabilização do desmatamento no bioma.
Já na Amazônia, a área total sob alertas de desmatamento no 1º semestre de 2024 foi de 1.639 km2, bem abaixo dos 2.469 km2 registrados no ano passado, a menor marca desde 2018. De agosto de 2023 a junho de 2024, os alertas de desmate cobriram uma área de 3.664 km2, o que representa uma queda de 51% em relação ao período de agosto de 2022 a junho de 2023.
“Os dados mostram uma tendência de queda consistente do desmatamento na Amazônia e o início de uma tendência de queda no Cerrado. Isso nos dá esperança de que, vendo o que ocorre na Mata Atlântica, com a queda continuada do desmatamento, vamos conseguir desmatamento zero até 2030”, afirmou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima).
CNN Brasil, Estadão, Folha e O Globo, entre outros, repercutiram os novos dados do DETER-B para o desmatamento da Amazônia e do Cerrado.
Em tempo: A BBC Brasil obteve documentos que mostram que o Ministério Público do Mato Grosso e o governo do estado fizeram uma série de acordos com fazendeiros multados por desmatamento ilegal nos quais deixaram de cobrar indenizações pelos danos ambientais causados pela destruição de áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. Os acordos também permitiram a liberação de fazendas embargadas, sem qualquer tipo de punição aos seus proprietários. Ambientalistas e promotores classificaram a prática como um “anistiaço” que contraria a legislação e a jurisprudência, incentiva o desmatamento e “passa a mão na cabeça” dos desmatadores. A Folha também publicou a reportagem.
Fonte: ClimaInfo