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FRAGMENTAÇÃO

Desmatamento afeta diversidade de aves e compromete resiliência da mata atlântica

Áreas mais desmatadas têm menos espécies de pássaros insetívoros, perdendo parte do controle de pragas e das funções ecológicas

30 de setembro de 2024
Folha de S.Paulo
6 min. de leitura
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Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda), espécie insetívora encontrada no interior de São Paulo. Foto: Divulgação

Cinco séculos de exploração econômica e desmatamento deixaram marcas profundas na mata atlântica. Um estudo publicado na revista Environmental Conservation aponta uma delas ao mostrar que a cobertura florestal e o tipo de ambiente são responsáveis por moldar a diversidade funcional das aves insetívoras no bioma.

A pesquisa revela que a fragmentação da floresta pode levar à perda de espécies que desempenham funções ecológicas específicas, como o controle de pragas, e destaca a importância de manter a conectividade entre os fragmentos florestais para preservar a biodiversidade e as funções ecológicas essenciais.

O estudo foi realizado por pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), com apoio da Fapesp. A área pesquisada foi o corredor ecológico da região Cantareira-Mantiqueira, no sudeste da mata atlântica.

Ela cobre aproximadamente 700 mil hectares e conecta o Parque Estadual da Cantareira ao Parque Estadual da Serra da Mantiqueira. A região é formada por diversos mosaicos paisagísticos, com variações de perda florestal e diferentes usos da terra.

A maioria dos remanescentes florestais tem menos de 100 hectares, é isolada e formada por florestas secundárias em estágios de iniciais a médios de sucessão. Essas áreas são cercadas por diferentes formas de uso da terra, incluindo pastagens, agricultura em pequena escala, silvicultura, florestas em regeneração e áreas urbanas.

Os resultados mostraram que áreas com maior cobertura florestal abrigam mais espécies com diferentes funções ecológicas. Áreas com menor cobertura florestal têm diversidade funcional reduzida, comprometendo a resiliência do ecossistema e a oferta de serviços ecológicos essenciais.

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