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A desconstrução dos zoológicos

29 de agosto de 2016
2 min. de leitura
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Orangotango Sandra
Orangotango Sandra

Um dos zoológicos mais antigos do mundo, o de Buenos Aires, no bairro de Palermo, com 140 anos de existência, fechará suas portas por uma decisão política da Província de Buenos Aires, que é sua proprietária.
Os 1.500 animais que lá vivem serão poupados da visitação pública e do estresse constante de serem exibidos em pequenos recintos, sem propósito algum. Talvez a campanha intensa que se fez pela libertação de Sandra, uma orangotango fêmea, tenha acelerado esta decisão que já era discutida nos níveis políticos e judiciários.
Manter animais trancafiados para serem exibidos ao público como uma forma de entretenimento é totalmente anacrônico. Milhares de zoológicos no mundo tem mais de 5 milhões de animais submetidos a um cárcere absurdo para fins de lazer de humanos. Milhões desses animais têm morte prematura por não resistir ao cativeiro sem sentido.
Os que defendem a existência dos zoológicos no século XXI o fazem por mero interesse de que usufruem de vantagens, algumas ilícitas por manter aquelas prisões abertas e funcionando.
Muitos zoológicos em todos os continentes são também um centro de tráfico de animais, o que reforça ainda mais o combate a este delito. Conhecemos dezenas de histórias de animais enviados pelas autoridades ambientais aos Zoológicos, que foram capturados de traficantes e que voltaram às mãos de outros traficantes pelo mesmo caminho que vieram. O Zoonit de Niterói foi um dos exemplos mais cabais de como um Zoológico era sócio do tráfico de animais.
Nenhum cativeiro é bom. Os animais não nasceram para serem prisioneiros, eles estão aqui antes de nós e têm o direito de viver em liberdade em seu habitat natural. Nenhum cativeiro, por melhor que seja, se justifica de forma permanente.
O caminho que começa a trilhar o Zoológico de Palermo é um exemplo para ser seguido por muitos outros. Os animais que podem ser libertados o serão; aqueles que não puderem ao menos viverão livres do estresse da visitação. À medida que vão morrendo, seus recintos ou jaulas serão fechados para não serem mais ocupados por outras espécies. Em poucos anos, o Zoológico não existirá mais. Um exemplo a ser seguido por todos aqueles que em verdade defendem a vida silvestre.

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