Uma equipe da BirdLife International, da Wildlife Conservation Society (WCS) e outros cientistas descobriram uma nova espécie de ave, desta vez não numa floresta remota e inexplorada, mas sim numa capital onde vivem 1,5 milhões de pessoas.
A nova espécie, batizada como Orthotomus chaktomuk, pode ficar conhecida em português como o costureiro-do-camboja e foi encontrada na capital do Camboja, Phnom Penh, e em vários outros locais dos arredores da cidade, incluindo numa zona em construção. O habitat da “Orthotomus chaktomuk” está em declínio.
Este pequeno passeriforme do tamanho de uma carriça com barrete cor de ferrugem e garganta preta vive em zonas arbustivas densas e úmidas em Phnom Penh e noutros sítios da planície de aluvião adjacente.
O nome científico chaktomuk vem de uma antiga palavra Khmer que significa “quatro caras”, e descreve a zona onde a ave é encontrada: a área centrada em Phnom Penh, onde quatro rios se cruzam. Apenas pequenos fragmentos de matagal permanecem na várzea de Phnom Penh, contudo existem outras áreas maiores que persistem fora dos limites da cidade, onde a espécie é abundante. Os autores da descoberta afirmam que o habitat desta ave está em declínio e que a expansão agrícola e urbana pode afetar ainda mais a espécie e o seu habitat.
A BirdLife International vai avaliar o estado de conservação da espécie para a Lista Vermelha, em nome da União Internacional de Conservação da Natureza. “Este mesmo habitat denso é o que manteve o pássaro escondido por tanto tempo”, refere o autor Simon Mahood, da WCS, que começou a investigar a espécie, quando o co-autor Ashish John, tirou fotografias do que se pensava ser uma espécie similar. O pássaro nas fotografias inicialmente desafiou a identificação e investigações posteriores revelaram que se tratava de uma espécie inteiramente desconhecida. “A descoberta de uma espécie de ave por descrever dentro dos limites de uma grande cidade populosa – para não mencionar a 30 minutos de minha casa – é extraordinário”, disse Mahood. “A descoberta indica que as novas espécies de aves podem ainda ser encontradas em locais conhecidos e inesperados”.
Fonte: Ciência Hoje