A cerca de quatro mil metros de profundidade, nas planícies abissais do Oceano Pacífico, vivem criaturas transparentes capazes de ejetar partes do próprio corpo e liberar luz verde num ambiente gelado de treva absoluta, onde a luz do Sol nunca alcança. É um mundo vetado a seres humanos, que seriam esmagados pela pressão. Coube a minissubmarinos robôs a tarefa de capturar exemplares desses animais, cuja descoberta é descrita na revista americana “Science”.
Ao todo, os pesquisadores identificaram sete espécies desses animais, vermes marinhos em nada parecidos com seus parentes de terra firme. São pequenos – a maior espécie chega a medir 10 centímetros. A descoberta evidencia como a biodiversidade marinha é ainda pouco conhecida. Cientistas estimam que milhares, talvez milhões de espécies, possam viver no fundo do mar, a grandes profundidades, um ambiente hostil que antes era considerado um deserto. As chamadas planícies abissais são a última fronteira para a vida na Terra.
Imagens captadas do fundo do mar revelaram que os animais ejetam uma espécie de bomba de substância bioluminescente verde. Supostamente para desnortear predadores, dando ao animal chance de escapar. Os cientistas os chamaram de bombardeiros verdes.
As sete novas espécies de vermes marinhos foram descobertas por um grupo coordenado por Karen Osborn, do Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia, San Diego. Os bombardeiros verdes foram encontrados em vários pontos do nordeste e do oeste do Pacífico, da costa do México e da Califórnia às águas em torno das Filipinas.
Fonte: O Globo