Em 30 de agosto de 2019, manchas de óleo apareceram no litoral paraibano, mais especificamente em Pitimbu e Conde, e até hoje a substância continua se espalhando. Recentemente, outro material apareceu em Fernando de Noronha, no entanto não se sabe ainda se trata-se da mesma substância, enquanto no litoral sul da Bahia, local que já havia sido atingido, o material antigo voltou a aparecer. Mesmo com inquérito aberto na Polícia Federal, até hoje não se descobriu o responsável pelo desastre que continua trazendo danos ao meio ambiente brasileiro.
Segundo o professor Rafael André Lourenço, do Instituto Oceanográfico da USP, estima-se que a quantidade de óleo derramado esteja entre 5 e 12,5 milhões de litros de óleo. Por conta da pandemia, as pesquisas não tiveram muito avanço, devido às restrições, dificultando os estudos sobre o material e a investigação de origem.
O local mais impactado foi o estado de Alagoas, recebendo quase metade da quantidade de óleo. A coordenadora do projeto PELD, Nídia Fabré, que faz pesquisas relacionadas a esse tema, contou ao UOL que foram constatadas contaminações em maçunim e peixe-donzela. Outros pesquisadores analisam os impactos do desastre. O professor Mauro de Melo Junior, do departamento de biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, a UFRPE, contou que os pesquisadores constataram perdas em algumas populações de animais aquáticos, como a diversidade genética de uma espécie de cavalo-marinho. Os estudos foram comparados com outros estudos realizados anteriormente nas mesmas regiões.
O professor de Ecologia Costeira e Maricultura da UFBA, Miguel da Costa Accioly, diz que falta investigação e buscas ativas. Ele acredita na possibilidade de depósitos de petróleo em fundos calcários, já que o calcário faz o petróleo afundar. O nordeste possui muitos fundos de calcário, o que possibilita a existência de depósitos de petróleo acumulado.
O Ibama informou ao UOL que cada órgão estadual e das prefeituras é que são responsáveis por monitorar os resíduos e que por conta do desativamento do PNC, Plano Nacional de Contingência, não houve mais necessidade de uma limpeza centralizada. Até hoje, cerca de 3000 km do litoral brasileiro foram atingidos pelo acidente.