O desaparecimento das ariranhas no Parque Estadual do Cantão, na divisa com o Pará, tem preocupado pesquisadores. Expedições de busca pelos animais têm sido realizadas pelos especialistas nos rios da região.
São até 12 horas por dia explorando o parque. A procura exige atenção e olhar treinado. “Geralmente A gente sai bem cedo porque as ariranhas são diurnas, então a gente aproveita toda a claridade do dia para ter chances de vê-las nos rios e nos lagos”, disse a bióloga Samara Bezerra Almeida.
Esses animais são indicadores ambientais porque só ficam em áreas onde a água e os peixes são de boa qualidade. Monitoramentos feitos em anos anteriores flagraram mais de 30 grupos de ariranhas.
As novas expedições foram organizadas depois que os biólogos e moradores perceberam mudanças e começaram a ficar preocupados.
“Tem um tempinho que eu não as vejo. Quando o rio tá cheio até que a gente anda vendo-as. Tinha muito antigamente, mas eu não sei o que que tá acontecendo que elas estão sumindo”, disse a moradora Regina Pastora Dias.
As tocas desses animais são feitas no alto de barrancos, em pontos protegidos de predadores e perto das raízes das árvores. Esse ano a maioria delas está desabitada.
Os biólogos estão catalogando as tocas e a quantidade de animais que ainda vivem na região. Por enquanto não foi possível identificar o que causou esta redução. As cheias no início do ano e o crescimento da movimentação de pessoas no parque podem ser explicações.
“O que nós vimos quando o rio foi baixando é que as tocas que ficavam nos barrancos elas foram todas derrubadas pela enchente”, disse a bióloga.
Quando o levantamento terminar, as medidas para preservar as ariranhas vão ser dividas em ações de fiscalização e de educação ambiental. As expedições devem continuar pelo menos até o final de 2023.
Fonte: G1