Quem, entre os meus leitores ainda não vegetarianos, aceitaria este desafio: assistir de perto e ao vivo ao “abate” de um animal em um matadouro? Ver e ouvir os seus suspiros finais, de perto, olhos nos olhos? E depois comer a carne desse animal morto com um garfo e uma faca, em uma mesa posta?
Quem aceitar esse desafio, faço questão de ir junto e registrar em vídeo. Mas quem não aceitar deve parar de consumir carne imediatamente (de qualquer origem e espécie animal) – ou estará condenando a si mesmo ao autoengano dos que não querem ver para não precisar mobilizar forças para mudar e crescer, no caminho da compaixão e da justiça.
Nem precisaríamos ir tão longe. Um desses vídeos terríveis, investigativos, feitos por ativistas que adentram os matadouros para registrar a tortura e o sofrimento a que são submetidos esses animais criados para o consumo humano bastaria. Será? Para alguns, sim. Para muitos, ainda é preciso compartilhar o horror de perto. E quem não se solidariza diante da dor de um animal sendo torturado, quem não dói junto, só pode padecer de psicopatia – um mal comum aos humanos dos tempos de hoje.
Que os psicopatas não se importem, após um desafio como esse, de continuar a consumir alimento oriundo do sofrimento de animais, eu lamento, abomino, mas até entendo, pois são seres incapazes de sentir empatia. Mas aos não psicopatas, é inaceitável que não passem por essa etapa obrigatória antes de fazerem suas escolhas de continuar consumindo ou não a carne que compram no açougue! Hello, escolas. O que nossos jovens estão estudando nas salas de aula, se não compreendem o sentimento mais fundamental que é a compaixão? Pelo contrário, aprendem por uma osmose sórdida e silenciosa a dissociar a angústia desses animais escravizados do pedaço de carne servido em seu prato ou em uma bandeja de isopor, no refrigerador do supermercado. Em última instância, desaprendem a vida!
Apenas podemos fazer escolhas próprias diante de verdades. Nisto se baseia esse desafio: quero que você pare de olhar para a vaquinha sorridente da embalagem e volte o seu olhar para o que existe realmente: um animal confinado em um matadouro imundo, sofrendo muito, após ter sua vida escravizada e o seu corpo violentado, para então ser morto e caber numa dessas embalagens fictícias que convencem você enquanto você estiver desacordado.
Desafio lançado. Com todo o respeito.