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Derrubando mitos: Fórum discute leishmaniose canina, em Palmas (TO)

1 de setembro de 2011
6 min. de leitura
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Foto: Reprodução/ O Girassol

Inicia no dia 2 de setembro, o V Fórum de Discussão sobre a Leishmaniose Canina em Palmas (TO), O evento acontecerá no Auditório do Sebrae, em Palmas. Segundo a veterinária Lucilândia Maria Bezerra, todos os anos o fórum procura discutir um assunto específico referente a doença que mata cães e pessoas.

“As questões mais polêmicas realmente são o controle vacinal e o tratamento. O governo não quer discutir isso porque considera que não há um tratamento eficaz pra doença, mas se não tentarmos, nunca vamos conseguir sucesso em nenhum protocolo com essa proibição sem nenhum embasamento prático, apenas baseado em teorias. O que queremos nesses fóruns é realmente discutir essas questões muito básicas e que podem nos trazer respostas mais conclusivas se houver mais respeito pelos médicos veterinários e pelos animais”, conta a veterinária.

Lucilândia explica que em nenhum momento  se pede para que as pessoas mantenham seus animais em casa, sem um controle eficaz contra o calazar. “Queremos que essas pessoas tenham o direito de concluir o diagnóstico dos seus cães com segurança, e que tenham o direito de decidir sobre o futuro do seu animal, sem imposição e autoritarismo abusivo. O que queremos, é obter respostas sobre os métodos de controle hoje empregados para evitar tantas mortes, muitas vezes sem motivo, porque um único exame não confirma leishmaniose”, ressalto.

O fórum reunirá  palestrantes especialistas e doutores no assunto e que dão palestras no Brasil inteiro sobre a doença.

Programação

Horário:  8h às 18h30
Data: 02 de setembro de 2011

8h30 as 8h45 – Abertura
8h45 as 10h20 – O que é verdade e o que não é- sobre a leishmaniose canina ( Dr. Andre Fonseca- UFMT)
10h20 as 10h30 – Coffee break
10h30 as 11h40 – Alterações clínico patológicas na leishmaniose canina X diagnóstico laboratorial  ( Dr. Paulo Tabanez – DF)
11h40 as 12:00h – Momento do patrocinador  ( Pfizer)
12:00 as 13h30 – Almoço
13h30 as 14h45 – Aspectos jurídicos da leishmaniose do ponto de vista do animal e do tutor ( Dr. Sergio Eustáquio- MG)
14h45 as 15:00h – Café
15:00 as 16:00h – Aspectos jurídicos da leishmaniose do ponto de vista médico veterinário ( Dr. André Fonseca – UFMT)
16:00 as 16h40 – Momento do patrocinador ( Intervet e Hertape)
16h40 as 18:00 – Mesa redonda – dúvidas da platéia com os palestrantes
18:00 – Encerramento e coquetel

Realização: ANCLIVEPA- SEÇÃO TOCANTINS
Apoio: Conselho Regional de Medicina Veterinária – Tocantins

Local: Auditório do Sebrae – 102 Norte, Av. LO-4, Lote 01 Bairro: Plano Diretor Norte CEP: 77.006-006 (63) … / Tocantins / Palmas

Verdades e mentiras sobre a leishmaniose canina

A leishmaniose criou e ainda cria um enorme pavor em pessoas mal informadas, por isso, acredito que a informação verdadeira é a maior arma contra a doença e a favor dos milhares de animais que são sacrificados cotidianamente nos Centros de Controle de Zoonoses no Brasil.

Esta doença tem vários mitos, o maior deles é colocar os cães infectados como os grandes ou, muitas vezes, os únicos responsáveis pela disseminação da doença.

Todavia, o maior problema da doença são as questões socioeconômicas mal resolvidas, desafios diários que o Brasil precisa vencer. Se não houver saneamento básico e alimentação adequada para todos os brasileiros, a leishmaniose ainda terá campo de atuação, e não é justo os animais pagarem o preço.

O absurdo maior é a proibição de tratamento para os animais! Entretanto, por meio da via jurídica já é possível conseguir este feito, pois várias ONGs de proteção animal têm conseguido o direito de tratar os animais por meio de ações na justiça, portanto, o tratamento não é crime, e sim direito do cidadão!

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito-palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito-palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

É o inseto que transmite a doença de um animal para outro. É uma doença que afeta principalmente cães, mas também animais silvestres, gambá ou saruê, e urbanos como ratos, gatos e humanos (principalmente crianças com desnutrição, idosos imunossuprimidos e, atualmente, pessoas com AIDS).

Não se pega leishmaniose de cães e outros animais, apenas pela picada do inseto que estiver infectado. O cão é apenas mais um hospedeiro da leishmaniose visceral. É também o mais estudado e injustiçado, já que mesmo que todos os cães do mundo deixassem de existir, a leishmaniose visceral continuaria a crescer, como inclusive ocorre nas cidades onde há matança indiscriminada de cães como “forma de combate à doença”.

Sintomas

Os sintomas são variáveis. O cão pode apresentar emagrecimento, perda de pelos, gânglios inchados, fraqueza, feridas, crescimento exagerado das unhas, lesão de pele ulcerada, blefarite e anemia. Também há sintomas nos órgãos internos, como crescimento do fígado e outras alterações. Entretanto, esses sintomas são comuns em outras doenças bem menos graves; assim, se seu cão apresentar esses sintomas não quer dizer que o mesmo está com leishmaniose.

O diagnóstico preciso só pode ser feito por um médico veterinário, que combinará exames de sangue com exames clínicos. O teste sorológico feito pelo governo como forma de triagem não deve ser encarado como diagnóstico e, portanto, não justifica a eutanásia dos animais. O diagnóstico é complexo e necessita de maior investigação.

Prevenção

O verdadeiro transmissor da doença – o mosquito-palha – gosta de lugares com matéria orgânica, então sempre mantenha quintal e canis limpos e telados. Esse inseto é de hábito noturno, portanto coloque seus cães para dormir em lugares telados e use coleiras e/ou líquidos repelentes para ajudar na proteção.

O efeito da coleira é repelente, justamente para evitar a picada do inseto; a coleira é uma importante arma contra a doença.
Além disso, existe vacina para leishmaniose. Ela previne que 80 a 95% dos cães se infectem com leishmania pela picada do inseto.

Na verdade, a vacina contra a leishmaniose pode apresentar um efeito bloqueador de transmissão, capaz de interromper o ciclo epidemiológico, isto é, torna o animal não transmissor da doença.

A vacina tem cobertura  de mais de 90% – afirmam os especialistas – e não é possível confundir infectados com vacinados. Mas pela produção ainda reduzida, os preços são inviáveis para boa parte dos tutores de cães.

Fonte: O Girassol

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