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ESTUDO

Derretimento de geleiras pode mudar ciclo sísmico e provocar terremotos

Aquecimento global está relacionado com os terremotos e pode torná-los mais frequentes

22 de dezembro de 2024
Isabela Oliveira
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Um novo estudo da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA, mostrou que as mudanças climáticas podem aumentar a frequência de terremotos. A pesquisa, disponível no periódico Geology, reforçou as evidências de que o clima pode alterar o ciclo sísmico devido ao derretimento de geleiras.

Os geocientistas analisaram as Montanhas Sangre de Cristo, uma cadeia de montanhas no estado norte-americano de Colorado, com uma falha ativa em sua borda oeste. Os resultados indicaram que a falha se manteve no lugar sob o peso das geleiras na última era glacial. Mas, conforme o gelo derreteu, o deslizamento ao longo da falha aumentou. Ou seja, a atividade sísmica em uma falha pode aumentar caso as geleiras recuem.

A autora Cece Hurtado explica que alterações nas cargas de gelo e água provocam movimentos de falhas e terremotos mais frequentes. Isso nas áreas tectonicamente ativas devido a condições de estresse que mudam rapidamente.

Os pesquisadores usaram sensoriamento remoto e dados de campo para reconstruir onde o gelo estava, calcular a carga que estaria empurrando a falha e medir o deslocamento da falha. O tempo de deslocamento foi determinado com base na idade dos depósitos de sedimentos circundantes.

Eles descobriram que as taxas de deslizamento de falhas foram cinco vezes mais rápidas desde a última era glacial do que durante o tempo em que a cordilheira estava coberta por geleiras.

Mudanças climáticas e os terremotos

De acordo com Sean Gallen, um dos autores, a pesquisa contribui para a compreensão do que impulsiona os terremotos, como falhas em áreas com geleiras em rápido recuo ou evaporação de grandes corpos de água. Além disso, ajudam sismólogos a reconstruir registros sísmicos pré-históricos e determinar intervalos de recorrência de falhas ativas.

“Este trabalho implica que o tempo de repetição não será necessariamente periódico”, disse. “Você pode ter períodos de tempo em que há um monte de terremotos em rápida sucessão e muito tempo em que não há terremotos.”

Apesar de os especialistas reconhecerem a elevação tectônica de cadeias de montanhas na circulação atmosférica e na precipitação, ainda há poucos estudos relacionando o clima e a tectônica.

“Conseguimos modelar esses processos por um tempo, mas é difícil encontrar exemplos na natureza”, acrescentou Gallen. “Esta é uma evidência convincente. Ela sugere que a atmosfera e a Terra sólida têm conexões estreitas que podemos medir em campo.”

Fonte: Gizmodo

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