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Derrame de petróleo na Califórnia pode atingir 400 mil litros

22 de maio de 2015
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Um caranguejo coberto de petróleo na Praia Estadual de Refugio, a primeira a ser atingida (Foto: DAVID MCNEW/AFP)
Um caranguejo coberto de petróleo na Praia Estadual de Refugio, a primeira a ser atingida (Foto: DAVID MCNEW/AFP)

Perto de 400 mil litros de petróleo podem ter-se espalhado pela Costa de Gaviota, uma das poucas zonas de habitat mediterrânico que restam preservadas nos Estados Unidos, por causa da ruptura de uma conduta. Uma área de 14,5 quilómetros de extensão está coberta de um crude espesso e mal-cheiroso, que cobre oceano e praias da região de Santa Bábara, sem que se saiba ainda a causa da ruptura.
O oleoduto submarino que rebentou datava de 1987 e tinha 61 centímetros de diâmetro, com um débito de 190 mil litros por hora, e corre paralelo a uma auto-estrada a ocidente de Santa Barbara, explica a Reuters. Foi na terça-feira que começou a verter petróleo – primeiro para uma praia e depois para o oceano Pacífico.
Tinham sido detectadas irregularidades no funcionamento daquele troço do oleoduto, e acabava de ser feita uma vistoria, explicou Greg Armstrong, director-geral da Plains All American Pipeline, a empresa que o operava. No prazo de 30 minutos a fuga foi travada, disse. Mas algum petróleo continuou ainda a sair, embora em quantidade residual, reconheceu um porta-voz da companhia, citado ainda pela Reuters. Armstrong pediu desculpa pelo derrame de petróleo da sua empresa, que tem sede em Houston, no Texas.
“Há muitas questões a que é preciso dar resposta, como porque é que não existia um sistema de paragem automática neste oleoduto, que era relativamente novo, e porque é que as primeiras medidas tomadas não foram mais eficazes para travar a fuga”, interrogou Owen Bailey, director do grupo Centro de Defesa Ambiental, citado pela AFP.
O governador da Califórnia, entretanto, decretou o estado de emergência na zona turística de Santa Barbara, e agora as autoridades e muitos voluntários lutam para conter a fuga – cerca de 300 pessoas estão neste momento envolvidas nas limpeza.
A Costa da Gaviota era considerado o ecossistema mais saudável do Sul da Califórnia, diz o Guardian e, a confirmarem-se a estimativas da Plains All American Pipeline, este pode vir a ser o maior derrame petrolífero neste estado norte-americano desde 1969, diz ainda a Reuters.
O local do derramamento fica no extremo de um santuário marinho nacional e de uma reserva submarina onde vivem 25 espécies de mamíferos marinhas e 60 espécies de aves marinhas. “A vida selvagem desta região é incrivelmente rica, há várias espécies de baleias em risco. É uma costa emblemática que atrai pessoas do mundo inteiro”, afirma o ambientalista Owen Bailey. Mas também está rodeada de cerca de duas dezenas de plataformas petrolíferas de centenas de poços de petróleo, nota a Reuters.
Ainda não é possível dizer qual será o impacto na vida selvagem deste derrame – há já equipas a tentar salvar aves e mamíferos marinhos afectados. Este socorro concentrou-se três zonas especialmente sensíveis, pois são áreas de nidificação de aves marinhas.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Público

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