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SAÚDE

Dermatite atópica em cães e gatos: entenda causas e conheça tratamentos

6 de dezembro de 2024
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O surgimento de machucados e vermelhidão na pele, acompanhados de coceira e lambedura intensa, são os principais sinais de dermatite atópica em animais domésticos.

“Ela é uma inflamação em que falhas na barreira de proteção cutânea geram irritações e lesões ao tecido, provocando incômodos e dor ao animal“, explica Márcia Lima, docente de pós-graduação em dermatologia da Faculdade Veterinária Qualittas.

Assim como o quadro em humanos, a dermatite atópica em cães e gatos é multifatorial, ou seja, depende de predisposições genéticas e exposição a alérgenos que podem estar no ambiente, na alimentação ou se dar pela picada de parasitas.

A doença costuma aparecer até os 5 anos de idade e tende a perdurar por toda a vida. “A dermatite atópica é uma doença crônica, que não tem cura, mas pode ser bem controlada”, afirma Lima. Estima-se que entre 10 e 15% dos cães e gatos tenham a doença,

A seguir, saiba como é feito o diagnóstico da dermatite atópica em cães e gatos e conheça as opções de tratamento disponíveis hoje.

Sintomas de dermatite em cães e gatos

Por se tratarem de inflamações na pele, as dermatites são bem aparentes e podem ser facilmente reconhecidas em diferentes espécies e raças. Em geral, os principais sinais são:

vermelhidão na pele;
surgimento de lesões (geralmente sem pus, o que indica que não há infecção por bactérias);
descamação, crostas, caspa (dermatite seborreica);
coceira constante;
lambedura intensa em determinada região;
queda de pelos;
mau cheiro pelo aparecimento de lesões e desequilíbrio da microbiota da pele.
Além disso, as dermatites também podem estar associadas a otites (inflamações no ouvido) e acne.

Causas

Não há causas conhecidas para a dermatite atópica, mas sabe-se que ela pode ser desencadeada por diversos fatores, como predisposição genética e alergias.

“Em cães e gatos, as crises geralmente ocorrem associadas à exposição a poeira domiciliar, picada de pulgas e outros parasitas e ao consumo de alimentos que causem irritação ao animal“, lista Márcia Lima. O contato com pólen ácaros e fungos também podem desencadear ou piorar a inflamação.

Raças mais propensas

Algumas raças estão mais predispostas a desenvolver dermatite do que outras. Entre as caninas, destacam-se Golden Retriever, Labrador, Shih-tzu, Lhasa Apso e Yorkshire.

Já entre os felinos, estão em maior risco os abssínios, somalis, siameses, himalaios, persas, Devon Re e Maine Coon.

A dermatite atópica é menos frequente em animais sem raça definida, mas é possível que eles a desenvolvam também.

Outro fator que pode desencadear crises é o estresse, que provoca a chamada dermatite psicogênica.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta a avaliação clínica do cachorro e do gato, além da realização de exames que identifiquem alergia e que descartem inflamação por infecções bacterianas ou fúngicas.

“Em geral, o tutor e seu animal passam bastante tempo em busca de uma resposta para as reações presentes na pele, mas esse caminho pode ser encurtado com a avaliação de um profissional especializado, por isso, procurem sempre um dermatologista veterinário“, orienta Lima.

Tratamento da dermatite

Os cuidados podem envolver o uso de shampoos, pomadas e cremes, além de medicamentos de efeito antialérgico e antibióticos que devem ser prescritos pelo veterinário de confiança.

Para casos resistentes e de difícil controle, é possível também recorrer à imunoterapias, que tem por objetivo fazer com que o sistema imunológico do animal crie tolerância aos alérgenos.

Além do tratamento medicamentoso, é importante que os tutores tenham o cuidado de evitar que os animais entrem em contato com os alérgenos que podem desencadear crises. “A limpeza do ambiente é muito importante, assim como cuidados no banho do animal. O veterinário que o acompanha saberá indicar quais produtos são indicados para cada caso”, aconselha Lima.

Ajustes na alimentação também são necessários. “Estabelecer uma dieta variada, com ração e ingredientes de boa qualidade, e bastante hidratação são cuidados que dão resultados na pele e na pelagem dos pets”, complementa a veterinária.

No caso de animais com dermatite psicogênica, estímulos como brincadeiras e passeios podem ajudar a controlar o quadro — e o uso de antidepressivos e ansiolíticos também pode ser necessário.

“É importante que os animais estejam sempre com a vacinação em dia e também utilizem antiparasitários e antipulgas regularmente”, conclui a professora da Faculdade Veterinária Qualittas.

Fonte: Veja

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