Por David Arioch
Na última quarta (21), durante reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, o deputado José Nelto (Pode-GO) sugeriu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as queimadas na Amazônia. A preocupação é com um possível boicote internacional.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas aumentaram 83% em relação ao mesmo período de 2018, e somam o maior número registrado em sete anos – 72.843 pontos de incêndio.
Durante a reunião, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) da Frente Parlamentar Ambientalista apresentou um abaixo-assinado com mais de um milhão de assinaturas de brasileiros cobrando providências contra o descaso na Amazônia.
“Essa é uma canoa furada, que vai levar o Brasil a perder contratos no exterior. Somos defensores de uma política equilibrada do ponto de vista social e ambiental”, disse Faleiro, em crítica à repercussão da omissão na Amazônia.
O deputado Sidney Leite (PSD-AM) se posicionou contra as queimadas, mas defendeu o uso de tecnologias que permitam substituir tais práticas. “Não somos a favor do desmatamento ilegal, mas não haverá desenvolvimento sustentável sem desenvolvimento econômico”, declarou.
Já o deputado Israel Batista (PV-DF) reprovou as afirmações do presidente Jair Bolsonaro, de que ONGs internacionais estariam provocando incêndios na Amazônia.
“A floresta começou a pegar fogo durante a campanha presidencial, com o discurso antifloresta, anti-meio ambiente, anti-Ibama, anti-ONGs. É esse discurso que autoriza, moralmente, as pessoas a cometerem crimes”, criticou.
Expulso do PSL, o deputado Alexandre Frota (SP), que se filiou ao PSDB, também criticou a posição de Bolsonaro de negar dados envolvendo desmatamento.
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