O deputado Célio Studart (PV-CE) solicitou na última quinta-feira (10) uma audiência para debater na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados o abate e comercialização de pele de jumentos no Brasil.
Um dos motivos que levou Studart a requerer uma audiência foi a derrubada de liminar, por parte da Advocacia Geral da União (AGU), que proibia o abate de jumentos na Bahia e a exportação da carne desses animais.
“O abate de jumentos no Brasil visa atender um anseio meramente comercial e acaba negligenciando questões sanitárias e o bem-estar desses animais. Em janeiro de 2019, por meio de denúncia anônima, descobriu-se o estado de insalubridade e calamidade a que vêm sendo submetidos, quando, em Canudos, na Bahia, revelou-se a morte de 200 animais por falta de água e comida”, argumenta o deputado no requerimento.
Segundo Studart, os jumentos que seriam exportados para a China morreram em decorrência de fraqueza e inanição. “Além destes, outros 800 animais foram encontrados na região. Meses antes, em Itapetinga, dezenas de outros jumentos estavam em situação semelhante”, informa.
Vale lembrar também que o consumo da carne de jumento não faz parte dos hábitos dos brasileiros, até porque há uma relação de familiaridade e consideração que se perpetuou culturalmente em relação aos jumentos a partir do século 16.
No entanto, a China que mata cerca de 1,5 milhão de jumentos por ano, seja para o consumo de carne ou para a utilização na medicina chinesa, tem dialogado com o Brasil desde 2015, onde a criação de jumentos é uma tradição, para intensificar a exportação desses animais com finalidade de abate.
Para discutir sobre o assunto, sugeriu convidar representantes do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, ONG Donkey Sanctuary, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Ministério da Agricultura e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Ceará.
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