O Deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB) voltará ao Instituto Royal, em São Roque, na próxima quinta ou sexta-feira. O parlamentar já esteve neste domingo na sede do instituto e da próxima vez espera ser acompanhado por um gerente da área científica do laboratório, para pedir informações sobre as atividades que eram realizadas no local. Em entrevista na manhã de hoje, Queiroz afirmou que os locais onde os cães da raça beagle eram mantidos é inadequado e que articulou a abertura de uma comissão para acompanhar e fiscalizar as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público. O objetivo, segundo ele, é propor uma lei que proíba testes em animais no Brasil. Inicialmente, o retorno ocorreria hoje. Representantes do empreendimento, no entanto, lhe avisaram que não seria possível apresentar documentos requeridos por ele, pois os arquivos foram bagunçados após a invasão que ocorreu na madrugada da última sexta-feira. Diante disso, o deputado achou melhor remarcar a visita.
Queiroz conta que chegou ao instituto na tarde de domingo, se apresentou aos seguranças e imediatamente teve entrada liberada. Afirma ter visto muitas fezes e urina pelo espaço onde os cachorros eram confinados. Segundo o deputado, os seguranças justificaram o acúmulo de sujeira com a ausência dos funcionários, que teriam sido impedidos de trabalhar desde a quinta-feira passada. Queiroz também afirma ter constatado que os animais dormiam no piso frio. “Tinha bacia com água já verde de suja. Não tinha um jornal para os cachorros fazerem suas necessidades e um clima de total abandono funcional”, relatou.
Após a ida ao instituto o deputado, telefonou ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que determinou que uma comissão seja criada para fiscalizar e acompanhar de perto todos os passos das investigações que Polícia Civil e o Ministério público iniciaram após denúncias de maus-tratos supostamente praticadas pelo Instituto Royal. Queiroz destacou o interesse da Câmara na apuração do caso, especialmente pelo fato de o Instituto receber verba federal, por se tratar de empreendimento com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O parlamentar explicou que ao fim dos trabalhos, a comissão fará um relatório que será usado para a prepositura de legislação que regulamente pesquisas científicas de cosméticos e medicamentos, além de proibir o uso de animais em testes de laboratório.
“Em muitos países essa prática já foi abolida. Existem outros meios substitutivos para esses estudos”, afirmou. No Estado de São Paulo um projeto de lei com o mesmo conteúdo aguarda entrar em votação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). De autoria do deputado estadual Feliciano Filho (PEN) um projeto proíbe o uso de cobaias animais no território paulista. “São Paulo é uma caixa de ressonância, se conseguirmos proibir aqui a tendência é que isso seja seguido também por outros Estados”, comentou. O projeto está na fila para entrar na pauta e com os recentes acontecimentos, Feliciano Filho espera que a matéria entre em discussão.
Fonte: Cruzeiro do Sul