Foi divulgado ontem (14) que o Setor de Proteção aos Animais e Meio Ambiente da Polícia Civil de Campinas encontrou cerca de 40 cães em condições de maus-tratos em um sítio usado como canil da organização não-governamental União Protetora dos Animais (UPA), no Jardim Califórnia, em Campinas (SP).
Leia abaixo a nota oficial enviada pelo deputado estadual Feliciano Filho (PEN/SP), fundador da ONG, sobre a denúncia:
A verdade sobre a UPA
É com muita angústia e tristeza que vejo pessoas (com motivação política, pois sabemos que ano que vem teremos eleição) tentando denegrir a minha imagem e a da UPA, que em 13 anos resgatou milhares de animais atropelados e em sofrimento. A UPA já realizou por volta de 3 mil feiras de adoção, conseguindo lar para mais de 25 mil animais.
Muito embora eu não seja o presidente da UPA – sou apenas o seu fundador – quero dizer que é o maior absurdo tudo o que está sendo divulgado, pois a UPA recebe todos os dias a visita de veterinárias voluntárias, além de manter convênios com dois hospitais e duas clínicas veterinárias.
Amanhã, a diretoria da UPA tomará ciência do que está escrito nos autos da denúncia. Muito mais do que apurar algumas eventuais denúncias, está muito claro que esta ação teve a intenção de atingir a imagem de uma entidade que tem trabalhado muito por culpa da ausência de políticas públicas.
Vamos aos fatos:
· Quando a delegacia de proteção animal recebeu denúncias contra a entidade, ela poderia ter entrado em contato, solicitando abertura do portão para as averiguações. A UPA jamais se furtaria de prestar esclarecimentos ou sanar qualquer tipo de irregularidade. No entanto, ao invés disso, preferiu a expedição de um mandado de busca. Chegando na entidade por volta das 7h30 da manhã, arrombando o cadeado do portão. Esta ação levou o caseiro, sua mulher e filhos a um profundo estado de stress e constrangimento, pois a quantidade de viaturas de polícia ali presente poderia ser comparada a uma ação de choque para prender traficantes ou bandidos perigosos. Mas lá se encontrava apenas uma família. E animais.
· Quando o caseiro foi dar início ao seu trabalho diário de limpeza dos canis – como sempre faz de manhã e à tarde – a delegada Dra. Rosana Mortari o proibiu, alegando que atrapalharia o trabalho da polícia técnica. E logo em seguida, chegou TODA a imprensa escrita, falada e televisiva da região.
· Segundo a delegada Dra. Rosana Mortari, o laudo das veterinárias que a acompanhavam (e tudo aquilo que estava sendo apurado) correria em segredo de justiça. Não é o que estamos vendo, pois o laudo já está circulando nas redes sociais – laudo este do qual discordamos integralmente e que outros veterinários com certeza farão as devidas justificativas ou contestações.
· Havia, no freezer, filhotes que foram resgatados já em fase terminal de Parvovirose. Apesar de todos os esforços para tentar salvá-los, eles vieram a óbito. Como é ilegal enterrar estes animais, eles foram colocados no freezer, aguardando seu descarte, assim como um pacote de carne e medicamentos vencidos, para que todos tivessem uma destinação adequada. Chegaram ao ponto de afirmar até que o freezer estava desligado. Também não é verdade. Ele está e sempre esteve ligado.
· Contrariando o que disse a delegada Dra. Rosana Mortari, esses animais não sofrem com frio ou umidade, pois além de casinhas, pallets e chãos cobertos de borracha grossa (que evita umidade), há ainda uma lona preta que, à noite, é fechada para que eles não tomem vento. E mais cobertores, almofadas e papelões que são sempre trocados, principalmente no período de frio.
· A delegada Dra. Rosana Mortari diz que o tambor de ração é muito grande e pode ter comida velha no fundo. Essa denúncia também não procede, pois enquanto não se esgota uma ração do tambor não é colocada outra nova por cima.
· A delegada afirma ainda que dejetos de animais são lançados em um córrego. Também não é verdade, pois os dejetos são recolhidos em um sanito. Apenas a água com a qual são lavados os canis é que seguem para o córrego.
· Com relação ao que afirma a veterinária Dra. Renata, os ferimentos encontrados nos animais estavam muito piores quando os mesmos foram resgatados. Agora, já estão próximos da cura. Os medicamentos vencidos, como já afirmei, estavam separados para descarte.
É bom salientar que tanto os prontuários médicos quanto os medicamentos ficam em poder das veterinárias voluntárias, para que não sejam ministrados por pessoas não habilitadas.
Queremos enfatizar que todos os animais resgatados em risco ou em sofrimento, são enviados a clínicas ou hospitais conveniados. Eles permanecem internados para tratamento clínico e cirúrgico, são castrados, vacinados, vermifugados e, depois que recebem alta, são disponibilizados para adoção. Apenas alguns permanecem em nosso centro de recuperação, como foi exibido, até estarem aptos a serem levados às feiras de adoção.
Feliciano Filho – Fundador da UPA e deputado estadual