A anta resgatada após ser atropelada enquanto fugia de um incêndio florestal em Rondônia será transferida para um zoológico em João Pessoa (PB), uma decisão que gera preocupações sobre o destino mais ético e adequado para o animal, marcado por traumas físicos e psicológicos. Desde o resgate em julho de 2023, o animal tem recebido cuidados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde passou por reabilitação, mas as sequelas do acidente impediram sua readaptação ao habitat natural, segundo Áquilas Mascarenhas, chefe do Cetas.
Apesar dos esforços do Cetas, a escolha de um zoológico como destino final para a anta traz questionamentos éticos, pois a vida em cativeiro limita a liberdade e autonomia que um santuário poderia oferecer. Em um santuário, a anta poderia viver em um ambiente mais próximo de seu habitat, com espaço e tranquilidade, sem a exposição constante ao público. Além disso, o ambiente mais amplo e menos invasivo respeitaria a senciência e o bem-estar do animal, evitando o estresse de uma vida de exibição pública.
Os incêndios florestais que assolam Rondônia têm forçado muitos animais a fugirem de seus habitats, expondo-os a riscos como atropelamentos e queimaduras. Além desta anta, outro animal da mesma espécie resgatado no Parque Guajará-Mirim desenvolveu um forte laço com brigadistas que o salvaram, retornando constantemente à base dos combatentes. Este comportamento evidencia o impacto emocional que esses desastres ambientais causam nos animais e reforça a necessidade de políticas que priorizem não apenas a recuperação física, mas também o bem-estar psicológico.
Diante da gravidade da situação ambiental e dos impactos nos animais, é urgente que órgãos de conservação e políticas públicas considerem alternativas mais adequadas, como os santuários, para oferecer a esses animais um refúgio digno e condizente com suas necessidades.