A Lagoa da Tijuca, na Barra da Tijuca, não para de receber novos moradores: depois do aparecimento de três espécies de aves, registrado no mês passado, uma lontra adulta deu rapidamente o ar de sua graça, na última quinta-feira (07/11). Ela foi flagrada pela gestora ambiental Antônia de Maria, da equipe do biólogo Mario Moscatelli, quando saía correndo da água em direção à mata. Segundo Moscatelli, o animal, que foi apelidado de Esperança, aparenta boa saúde e não está sozinho. Pegadas de outras lontras foram encontradas na lama, próximo à lagoa.
— Onde há uma, há duas e onde há duas, há filhotes! Apesar de sempre trabalhar na recuperação de áreas degradadas, ainda fico surpreso com a resistência da vida —afirma o biólogo.
O aparecimento das lontras é mais um sinal da recuperação do complexo lagunar de Jacarepaguá, observa Moscatelli. Há três semanas, dois ninhos de biguatingas, algo que nunca tinha sido notificado no estado do Rio de Janeiro, foram encontrados na mesma Lagoa da Tijuca, assim como um grupo de marrecas-caboclas. Entre meados de setembro e outubro, a Lagoa de Marapendi registrou ainda a chegada de outra ave: o tapicuru.
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O biólogo não diz a localização exata dos mamíferos, porque “infelizmente, a caça do que sobrou da fauna nativa do sistema lagunar, como capivaras e jacarés, continua sendo uma realidade”. E celebra o trabalho de desassoreamento das lagoas da Barra e de Jacarepaguá e o aumento da biodiversidade, que, afirma, renderão ao Rio de Janeiro mais do que um ecossistema equilibrado.
— O sistema lagunar recuperado será o maior centro ecoturístico da cidade do Rio de Janeiro, devido a sua variadíssima fauna — vaticina, com a autoridade de quem há décadas mora e trabalha na região.
Fonte: O Globo