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INDIGNAÇÃO

Depois da 'Queima do Gato', a "tradição" em que cavalos são obrigados a saltar fogueiras

Associações de proteção dos direitos dos animais já manifestaram indignação e exigem intervenção das autoridades

8 de julho de 2022
3 min. de leitura
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Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

A denúncia está sendo feita em todas as redes sociais, por várias associações de proteção animal, como o IRA ou a Coimbra Animal Save. Tratam-se das festas de São João Batista, em Monforte da Beira, no concelho de Castelo Branco, onde é “tradição” saltar a cavalo sobre fogueiras durante estas celebrações religiosas, que regressaram este ano após dois anos de suspensão devido à pandemia de covid-19.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

As imagens divulgadas mostram adultos, crianças, cavalos e uma fogueira noturna. Um cenário em tudo igual a qualquer aclamada prova de hipismo, mas em que o animal, em vez de barreiras, tem de ultrapassar um conjunto de troncos em chamas.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

Presentes a favor da festa culpam fotógrafo

Uma das pessoas presentes recorreu às redes sociais para explicar o que se vê nas fotografias virais. Justifica que tudo não passa de um ato de mestria atrás das lentes: “Quem captou o momento não é um amador e conseguiu naquela fração de segundo captar o conjunto: ‘cavalo, chama e duas pessoas no meio da fogueira’”, acrescentando que se “não fosse o fotógrafo e, muito provavelmente, só captavam o antes ou depois do salto”.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

“Esclareço que foi uma fração de segundos, o cavalo está bem, não sofreu nenhuma queimadura (tanto que no dia seguinte ele esteve nas duas procissões e, como puderam ver, não tinha um único arranhão), vendo-se que as duas pessoas também não se machucaram”, refere.

A pessoa explica que o animal visto nas imagens se chama Bacardi e que “não é um cavalo qualquer”, porque “já tem muitos anos de São João” e como tal “está habituado a saltar as fogueiras”. “Não conhecem a tradição, não conhecem o cavalo, não conhecem as pessoas envolvidas, respeitem e não opinem ou ofendam por favor!”, termina.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

Associações apelam à intervenção das autoridades e condenam a “tradição”

Enfrentando as explicações dadas, surgem várias associações de proteção animal como o IRA, Intervenção e Resgate Animal, que considera que as “elevadas temperaturas certamente criam ferimentos e sofrimento aos animais”, confirmando situação de exploração e maus-tratos.

A organização faz ainda referência à “Queima do Gato”, tradição em que um gato é preso ao topo de um poste que posteriormente é ateado fogo, para afirmar que “existem portugueses que continuam a comportar-se como autênticos selvagens”, culpando a legislação portuguesa.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

Para a Coimbra Animal Save, o que se vê nas imagens é um “show de horrores e não uma festa; cavalos que são obrigados a saltar por cima das chamas não é divertimento e sim crueldade”. A associação condena ainda o fato de haver crianças presentes a assistir ao momento.

“São estas as nossas tradições, que precisam ser mudadas… Maus-tratos e sofrimento não podem ser chamadas de tradições”, comenta a Coimbra Animal Save.

Foto: Instagram | Coimbra Animal Save

Fonte: CNN Portugal

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