Cresce a mobilização popular após as denúncias de maus-tratos a animais no CCZ de Bauru na semana passada. Agora, o órgão será alvo de questionamentos oficiais.
Segundo o advogado da ONG Naturae Vitae, José Hermann Schroeder, 49 anos, já há uma representação em fase de encaminhamento ao Ministério Público exigindo providências da prefeitura. José Hermann comentou a importância desta representação na polêmica em torno do CCZ. “A iniciativa (do estudante de direito Pedro Valentim) é muito importante. A opinião pública já está participando ativamente”, afirma.
O CCZ seria responsável pela morte de animais saudáveis, segundo denúncias. O órgão nega as acusações e diz que assassinatos ocorrerem após casos confirmados de leishmaniose.
Desconfiança não pode perdurar
Os casos relatados nos últimos dias precisam ser esclarecidos um a um pela prefeitura. Já há, sim, negativa de irregularidades. Porém, numa gestão do prefeito Rodrigo Agostinho, ambientalista de militância reconhecida, é preciso mais. Por que não chamar representantes de ONGs para uma reunião definitiva sobre as denúncias de morte de animais saudáveis? Todas as dúvidas poderiam ser colocadas à mesa, de uma só vez, frente a frente com quem mais demonstra revolta e indignação.
Tutora de Xuxa vira testemunha
A aposentada Marilu Gomes – que disse ontem ter evitado a morte no CCZ da cachorra Xuxa – será testemunha contra o órgão: quem garante é José Hermann. “Ela disse que vai nos ajudar.” Marilu afirma que exames mostraram que Xuxa é saudável. Para o CCZ, o animal tinha leishmaniose.
As denúncias se baseiam na Lei Estadual n° 12.916, de 16 de abril de 2008. A lei afirma que deve haver política de esterilização dos animais e a eutanásia é permitida em poucos casos. “Essa política de esterilização, que não foi observada até agora”, diz Hermann. O advogado disse estar reunindo informações e testemunhas para formular medida legal. “Há bastante queixa.”
O deputado estadual Feliciano Filho (PV) também postou denúncias contra o CCZ de Bauru em seu site (www.felicianofilho.com.br). O promotor do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Sciuli de Castro, informou no fim da tarde de ontem ainda não ter recebido representação “recente” contra o CCZ.
Protetora usa internet no caso
A gerente administrativa Marli Delucca, 47 anos, publicou relato sobre denúncias em seu blog. “Enviei a carta a autoridades e já recebi respostas de que foram encaminhadas a áreas de saúde pública e meio ambiente. Acho que providências urgentes devem ser tomadas.”
A ONG Abeac (Associação Bem-Estar Animal Amigos da Célia), de São Paulo, demonstra apoio à carta de Marli por meio de corrente de e-mails. Marli Scaramella, responsável pela ONG, repassa a mensagem pedindo a adesão. As ONGs Vidadigna e Naturae Vitae, de Bauru, também estão no caso.
Abeac: www.abeac.org. br
Vidadigna: www.vidadigna.org.br
Naturae Vitae: www.naturaevitae.org
Fonte: Bom Dia