Por Eliane Tavares
“Sr Prefeito de Canoas,
Venho através deste expressar minha indignação como cidadã e voluntária da proteção animal desta cidade.
Recebi um telefonema da Sra. Silvia, moradora da rua Araça, relatando que nesta mesma rua encontrava-se uma carroça atolada de lixo e que o cavalo não conseguia se mexer devido talvez ao esforço do dia, já exaurido pelo trabalho.
A mesma tentou conversar e pediu ao carroceiro que esvaziasse um pouco a carroça pois o animal parecia cansado e o mesmo não conseguia puxar a carroça, mas o carroceiro a ela um papel dizendo-se dono do animal e que não estava se importando com isto.
Pedi a mesma que entrasse em contato com o 190 e pedisse que a viatura identificasse o tutor do animal e que ela fizesse um BO.
Minutos mais tarde a Silvia me ligou novamente, dizendo que a viatura estava atendendo também uma ocorrencia de maus tratos à cavalo no bairro Mathias Velho e que apos esta eles iriam ao local.
Após esta segunda ligação me dirigi ao local e lá chegando constatei que a carroça se encontrava em cima da calçada e o animal magro e com marcas de machucados algumas cobertas com spray mata bicheiras. O animal realmente não saia do lugar,então pedi novamente ao senhor que o mesmo retirasse a carga da carroça pois os varaus da mesma estavam em cima das orelhas do animal pelo que se constata que realmente esta muito pesada,para minha surpresa o senhor desatrelou a carroça e disse: “podem ficar com esta porcaria a prefeitura me deu e ela não presta para puxar carroça!”
Chamei então o funcionário da Aprocan para que viesse recolher o animal, e eles não apareciam. O carroceiro saiu e em poucos minutos a via estava tomada de carroças! As mulheres vieram pra cima de mim de relho com correntes em punho, uma grávida à frente me empurrando e sabia ela que eu não podia me defender,falaram que a prefeitura doou e que tinham mais 4 em casa e que eu não levaria a égua pois eles iriam trocar o animal no Canil e que estavam acostumados a ganhar cavalos para carroça e que ninguem se importava com isto.
O barraco foi tão grande que ninguém imagina: gente baixa,com palavras de baixo calão aos gritos por cima das calçadas de carroça e saindo rumo a o bairro Rio Branco espancando a pobre égua,ainda me entregaram o documento que tenho em mãos assinado pela diretora da Vigilância doando o animal que tinham recolhido faziam 7 dias apenas.
Não tenho palavras para descrever o que aconteceu. Tamanha indignação pela falta de respeito com o pobre animal, também pela falta de leis nesta cidade e falta de policiamento o que certamente teria coibido esta ação de criminosos que ainda são beneficiados com o sofrimento dos animais.
Com certeza vou registrar um BO sobre o fato ocorrido e responsabilizar também o canil por ser conivente com maus tratos à animais.
Quem fez a vistoria para saber o local onde este animal iria ficar? Porque a lei que autoriza o canil a doar este animal apreendido em via publica funciona para as doações do mesmo e não funciona para outros itens que constam na mesma lei? Porque cocheiras são proibidas em zonas residenciais e a prefeitura doa animais de grande porte para estes endereços?
Se o local onde o animal foi recolhido se chama CCZ como diz a coordenadora e só trabalha com zoonoses e não atende a denúncia de maus tratos e animais agonizantes, porque este animal foi recolhido para lá e quando precisar ser atendido ou estiver agonizante não vai receber nenhum tratamento.
São perguntas que ninguém sabe responder?
Aguardo por providências imediatas sobre este animal”.
Eliane tavares
F.: 51 8422-3899
CANOAS/RS